18 dezembro 2006

Crime do Vaqueiro: Nélis descarta linchamento

A série de depoimentos tomados nesta segunda-feira jogou por terra a tese do advogado Leôncio Neto de que o vaqueiro Alexsandro Honorato teria sido morto por 'iniciativa' coletiva (linchamento). O advogado defende o diretor financeiro da Emasa, Marcos Araújo.

Segundo Leôncio, a multidão teria identificado Alexsandro como suposto ladrão de selas da Fazenda Redenção, sendo espancado, torturado e mantido em cárcere privado.

Leia trecho de matéria do jornal Agora, já disponível na internet (acesse clicando aqui):

"Segundo o advogado, pelo fato de seu cliente ter visto o rapaz sentado no chão, perguntou ao organizador da vaquejada o que havia acontecido. “Marcos Gomes estava a uns 10 metros de distância do rapaz e informou a Araújo que se tratava de um ladrão que havia roubado umas selas da fazenda e havia retornado para furtá-las novamente, mas havia sido surrado pela multidão”, afirmou o advogado Leôncio Neto.

Ele acrescenta dizendo que após ter tido conhecimento do fato, Araújo sugeriu a Marcos Gomes que comunicasse à Polícia de Floresta Azul sobre o que tinha acontecido, para que fossem tomadas as devidas providências.

O delegado-coordenador Nélis Araújo pensa diferente em relação ao que afirma o advogado. Disse Nélis:

“O que a Polícia tem de concreto é que está descartada a hipótese de ter havido um linchamento naquele local. O que houve foi uma ação controlada, na qual a pessoa foi lesionada, encarcerada e, posteriormente, o corpo foi encontrado desovado”.

O espancamento a que o delegado se refere aconteceu na fazenda Redenção, município de Floresta Azul, e tem como principal suspeito de comandar a ação o assessor especial da Prefeitura de Itabuna, Markson Monteiro de Oliveira, conhecido como Marcos Gomes.

Honorato apareceu morto em uma estrada que liga Potiraguá a Itapetinga, dois dias após a tortura na fazenda Redenção, com dois tiros no peito e um na nuca. O caso envolve ainda, portanto, suspeita de execução sumária e ocultação de cadáver.

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