Pequenas ONGs, grandes negócios!!!
No filme "Quanto vale ou é por quilo", Sérgio Bianchi exibe uma radiografia da picaretagem existente no chamado terceiro setor, no qual as estrelas são as ONGs, Oscips, instituições filantrópicas e que tais. Há muita gente séria no meio, porém a oportunidade de lucrar com a miséria alheia atrai verdadeiros tubarões travestidos de peixinhos de aquário.
O filme não alivia, é duro, mas o que conta é a seriedade com que aborda o tema. Além da inteligência e da presença de grandes atores, como Caco Ciocler e o baiano Lázaro Ramos. Entre os lances interessantes, vale destacar o paralelismo construído entre velhas e novíssimas formas de dominação, hoje muito mais sutis e disfarçadas.
É esclarecedor perceber como a mentalidade empresarial e capitalista enxerga a possibilidade de lucro embutida na miséria. Constrói-se raciocínios absurdos do tipo "uma pessoa que vive abaixo da linha da pobreza pode gerar tantos empregos diretos". Não se trata de um libelo genérico contra instituições filantrópicas, mas um tiro certeiro nos picaretas.
Gente inescrupulosa, como os diretores das ONGs Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer e Grupo de Apoio à Pessoa com Câncer, felizmente começa a ir parar atrás das grades. Esses calhordas, especificamente, utilizavam as doações para comprar mansões e carros de luxo, até serem pegos em uma operação da Polícia Federal que cumpriu 16 mandados de prisão nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Mas o perigo pode morar ao lado. Há alguns anos, um conhecido nos contava, com ares de quem havia descoberto a fórmula da Coca Cola: "meu amigo, o melhor negócio para ganhar dinheiro hoje é montar uma ONG voltada à assistência". E não é que pouco tempo depois lá estava o cidadão peregrinando nas prefeituras, em busca de dinheiro público para seus "projetos sociais"?
A idéia continua viva e produzindo filhotes. Outro dia, ouvi alguém dizer que iria montar uma ONG. Será um projeto, segundo o autor, destinado a ensinar às pessoas meios de obter renda. "Não vamos dar o peixe, vamos ensinar a pescar", arrematou. E este blogueiro, meio de sacanagem, mas jamais duvidando dos bons propósitos do samaritano, tascou:
- Como é para ensinar a pescar, o melhor nome para sua ONG é "TOMA VARA"!
Quem ficou sem entender não venha me pedir explicação.
3 comentários:
esse negócio de ong q ensina a pescar, ong com nome de peixe, sei não...
Tem muito preguiçoso se escondendo por detrás de ONGs (?) em busca de verbas públicas, como se o dinheiro do povo fosse capim. Ainda bem que temos blogueiros comprometidos com a seriedade da gestão dos recursos públicos e cineastas independentes, ou seja sem mamar nas tetas da Viúva, tipo Jabor, para denunciar tais esquemos.
Jabor não mama... já mamou!!!
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