09 janeiro 2007

Que Caetano é esse?!

Ricardo Ribeiro *

Caetano Veloso fez história na Música Popular Brasileira e é um nome que não se pode ignorar quando se faz um retrospecto da nossa cultura. Isso é fato.

Certa vez, ouvi de um compositor uma definição interessante de Caetano. "Ele tem uma inteligência que não é deste mundo. Caetano é um ET", disse o cara, que já fez músicas para Maria Bethânia.

Endeusamentos desse tipo moldaram em Caetano um certo egocentrismo tardio e acabaram por minar aquela velha genialidade que outrora nos encantara. Já fui fã de Caetano. Hoje, não mais.

Pode parecer cruel, mas o músico confirma a tese de que os ídolos devem morrer jovens. Imaginem se ele tivesse sofrido um colapso fatal durante aquele show memorável em que vociferava "É proibido proibir". Ou tivesse sido torturado e executado pelos militares, durante a ditadura. Se algo assim ocorresse, Caetano seria hoje, efetivamente, um Deus. Lembraríamos dele com seus caracóis nos cabelos e sua contagiante rebeldia criativa.

Mas não foi assim. Caetano envelheceu e murchou, mas ainda se acha Deus. E como todos que se acreditam deuses, acha-se no direito de falar e fazer qualquer coisa, até as mais rematadas bobagens. Tudo com aquele ar superior dele, de quem está acima de qualquer crítica.

Também como quem se acredita Deus, o compositor não costuma aceitar com tranqüilidade qualquer observação mais severa sobre suas atitudes. Ele xinga, processa, tenta desqualificar. Todos os que não concordam com ele são "imbecis, idiotas".

Em 1994, quando Caetano anunciou que votaria em FHC, vi um fã do artista tomar uma decisão radical. Ligou para sua casa, em Taperoá, e ordenou: "quebrem todos os meus discos de Caetano". Achei exagerado e discordei totalmente. Argumentei que havia dois Caetanos, o grande compositor do passado e o tolo abobalhado que anda por aí hoje, não mais que um espectro do que fora. Não convenci.

Ainda ouço músicas de Caetano, mas acho ridículos suas "concessões à baixaria", seus laivos de mediocridade, suas declarações tolas, pronunciadas com ares de falsa sabedoria.

Em entrevista ao Jornal A Tarde, Caetano disse que foi contra a ida de Gil para o Ministério da Cultura, assim como é contra a sua permanência no governo. "Somos como Cosme e Damião" e "não tenho interesse em participar do poder oficial". Disse ainda: "não acho que os políticos sejam maus, corruptos, mal-intencionados".

O velho gênio ainda se deu ao direito de fazer outras referências imbecis à sua própria condução política. "Votei em Alckmin", mas "depois não tinha tanto interesse que Alckmin ganhasse". E "acho o Lula simpático".

Pelo amor de Deus!!!

Estão aí "opiniões" que demonstram o grau de deterioração cerebral do cara que já foi ídolo de uma geração. Hoje, Caetano envergonha Caetano.

*Jornalista e bacharel em Direito

3 comentários:

Anônimo disse...

Gilberto Gil, nosso ministro e eterno embaixador da cultura brasileira, está aí para mostrar que nem todos os ídolos devem morrer jovens!

Mas é certo que alguns se dão o 'privilégio' de, em torno de si, querer formar a aura de 'divindade'. Caetano nos envergonha pelas suas baboseiras.

Anônimo disse...

Gilberto Gil, nosso ministro e eterno embaixador da cultura brasileira, está aí para mostrar que nem todos os ídolos devem morrer jovens!

Mas é certo que alguns se dão ao 'privilégio' de, em torno de si, querer formar a aura de 'divindade'. Caetano nos envergonha pelas suas baboseiras.

Anônimo disse...

Ouvi uma certa vez o apresentador de televisão Marcele Resende fazer um comentario sobre Caetano que eu acho a forma mais sensata de definir Caê.(Ouça o que Caetano Canta e não ouça o que Caetano fala)GENIAL rs,rs.
ASS:Sérgio Sodré