28 agosto 2007

A entrevista de Edson

Marco Wense

O presidente da Câmara de Vereadores de Itabuna, o prefeiturável Edson Dantas, do PSB da deputada Lídice da Mata, foi o entrevistado do último fim de semana do jornal Diário do Sul.

Concedeu uma boa entrevista, sem rodeios e subterfúgios. Não tergiversou em nenhum momento. Disse o que queria dizer de maneira direta. Não buscou a conveniência e a tapeação das respostas evasivas.

Sobre o programa de governo, além da preocupação com a saúde e a segurança, o edil tocou em dois assuntos de suma importância: o plano de desenvolvimento urbano e a estrutura necessária para que Itabuna se transforme em um atraente pólo de turismo de negócios.

Mesmo se considerando herdeiro de Geraldo Simões, teve a coragem de revelar que “algumas vezes por mês” toma café da manhã com o prefeito Fernando Gomes, conversa muito e recebe vários conselhos.

“Fernando é uma pessoa que conhece muito de política. É uma pessoa com quem tenho aprendido”. Mas faz a seguinte ressalva: “Ele tem me sinalizado, mas evidentemente que não são todos os conselhos dele que absorvo”.

A curiosidade desta coluna, acredito que de todos os leitores, incluindo aí os dirigentes dos partidos políticos, é em relação aos conselhos do prefeito que Edson não absorve. Quais seriam estes conselhos?

Sobre a pré-candidatura do secretário de Agricultura do governo Wagner, o vereador acha que “Geraldo Simões deveria pensar melhor a candidatura a prefeito de Itabuna” E mais: “Se ele desistir, não deve apoiar o Capitão Fábio. Os herdeiros naturais dessa herança política seríamos eu e Sena”.

Ratifica a dobradinha e o acordo com o também prefeiturável Luís Sena (PC do B). Ou seja, o melhor colocado nas pesquisas de intenção de votos é o cabeça de chapa. O outro, se quiser, se torna candidato a vice-prefeito.

Diz que essa aliança do PSB com o PC do B está sendo costurada em Brasília, fazendo uma implícita alusão ao “bloquinho” formado pelo PSB, PC do B, PDT, PMN, PHS e o PPS.

Acontece que o “bloquinho”, como é carinhosamente chamado, criado para fazer frente aos espaços cada vez mais generosos do PT e do PMDB no governo federal, não vai para lugar nenhum.

Se essa junção de forças fosse um pequeno navio, já estaria dando os primeiros sinais de afundamento em decorrência de vários furos no casco. As vaidades, as conveniências políticas e os interesses pessoais vão enterrar o “bloquinho”.

Aqui em Itabuna, para citar um só exemplo, o controle do PHS está com o PT presidido por Eduardo Barcellos, político de inteira e irrestrita confiança do candidatíssimo Geraldo Simões.

Em Salvador, o PDT do deputado federal Severiano Alves, parlamentar que tem se destacado na luta por uma educação de melhor qualidade, caminha a passos largos para apoiar Antônio Imbassahy, pré-candidato do PSDB ao Palácio Thomé de Souza.

Com a morte do senador ACM, as portas das negociações entre as agremiações partidárias se abriram de maneira escancarada, principalmente as do DEM, ex-PFL. Os democratas – e olhe que tem exceções – só não querem conversa com o PT.

Voltando à boa entrevista do ilustre presidente da Casa Legislativa, nem mesmo uma perguntinha chata, insinuando que o socialista queria mesmo é ser candidato a vice-prefeito de Geraldo Simões, conseguiu abalá-lo.

Mostrando que está preparado para o traiçoeiro mundo da política, o edil respondeu com inteligência: “A gente não pode se chatear com isso. O homem público tem que estar imune às críticas e até absorvê-las no sentido de corrigir os rumos”.

Um outro ponto polêmico, que pode até causar algumas reações dentro do PSB, foi a resposta de Edson quando perguntado sobre uma possível filiação do prefeito Fernando Gomes no Partido Socialista Brasileiro : “A gente não teve a oportunidade de conversar sobre isso. No momento oportuno conversaremos”.

A coluna parabeniza o vereador-presidente-prefeiturável Edson Dantas. Que outros pré-candidatos, quando entrevistados, sejam autênticos e corajosos nas suas respostas.

Marco Wense é cronista político e escreve para o jornal Diário do Sul.

Um comentário:

Anônimo disse...

Zelão Pro Sêo Marco Wense:


O sinhó esqueceu de perguntar ou de comentar, é que o "esperto presidente construtor de rampas", tem uma agenda gastronômica incrível - Toma café com Fernando Cuma, almoça com Luiz Sena, janta com Geraldo Simões e faz um lache antes de deitar com Aurélio Macedo.
Não vai demorar e o "esperto vereador" acaba tendo uma baita indigestão gastropolítica.

KKKKKKKKKKKKKKK