22 agosto 2007

Para todos os gostos!

Daniel Thame

Durante a convenção do PMDB em Ilhéus, o ministro Geddel Vieira Lima, liderança maior do partido na Bahia, anunciou que os peemedebistas terão candidato próprio em todo o Estado nas eleições municipais de 2008.

No âmbito regional, citou Ilhéus e Itabuna.

Até aqui não vai nenhuma novidade.

Se, faltando 14 meses para as eleições, até o Zé de Budega se dá ao direito de se apresentar como candidato, é natural que partidos fortes e bem estruturados como o já citado PMDB, o PT, o PSDB, o PTB e o PR, o PC do B lancem nomes na disputa, ainda que estejamos longe da fase que pode ser denominada de pré-campanha.

Em Itabuna, por exemplo, o PMDB tem como candidato natural o deputado estadual Capitão Fábio, que em pesquisas recentes de intenção de voto oscila entre o segundo e o terceiro lugares na preferência do eleitorado. Em 2000 e 2004 Fábio, igualmente bem colocado nas pesquisas, ensaiou candidatura, mas na hora decisiva abriu mão, ambas delas em favor de Fernando Gomes.

Agora, no PMDB e respaldado por Geddel, Fábio anuncia nova candidatura, uma espécie de terceira via que, em pleitos anteriores, nunca se concretizou.

Na verdade, se é que um dia existiu uma terceira via, ela remonta ao longínquo ano de 1992, quando Geraldo Simões rompeu o favoritismo de Ubaldo Dantas e José Oduque e ganhou a eleição praticamente na reta final.

Fábio se for efetivamente candidato, assim como Renato Costa em 2004, terá a nada desprezível estrutura do PMDB a seu favor e um tempo precioso no rádio e na televisão para a propaganda eleitoral. O mesmo vale para José Adervan, do PSDB. Não é tudo, mas ajuda um bocado. Ou, para os adversários, atrapalha um bocado.

Ocorre que, ao contrário de 2004 quando a o horário gratuito do PMDB centrou fogo num único candidato, Geraldo Simões, e deixou o outro, Fernando Gomes, na mais absoluta paz, hoje o PT e o PMDB são aliados incondicionais na Bahia. Uma união que resultou na eleição de Jaques Wagner para o Governo do Estado e que, certamente, não será quebrada por conta de disputas paroquiais.

Wagner e Geddel, cada qual com seu projeto político, sabem que com a conquista no poder na Bahia, impondo o maior golpe sofrido pelo carlismo, não podem se dar ao luxo de trincar essa coalizão, sob pena de ressuscitarem fantasmas adormecidos.

Imaginemos portanto, o seguinte cenário, não de todo improvável numa cidade como Itabuna: em junho de 2008, Geraldo Simões e Fernando Gomes aparecem tecnicamente empatados ou separados por pequena diferença nas pesquisas de intenção de voto e Fábio surge como a terceira força, cuja votação pode definir o resultado da eleição.

O PMDB, com participação significativa nos altos escalões do Governo Wagner, aceitaria “imolar” o candidato do PT, dando a eleição de bandeja para o candidato do PFL?

A resposta não irá, nem se faz necessário, ser dada de bate-pronto.

Ainda estamos na fase em que se pode fazer todas as conjecturas e em que candidatos surgem aos borbotões.

Quando chegar a hora da oncinha beber água, como diz o presidente Lula, é que se vai saber quem vai sobreviver na selva eleitoral. E quem vai caminhar junto até o poço e seu precioso (bota precioso nisso!) líquido.

Um comentário:

Anônimo disse...

Zelão Pra Sêo Daniel:

Ocê pode ter certeza de uma coisa. Da cesta de "negócios" de minha pedinha, só não vai fazer parte o PSDB. O resto já tá comprado.

KKKKKKKKKKKKKK