26 novembro 2006

Será preciso chamar Malba Tahan?

Antônio Nunes* | antonionunes@veloxmail.com.br

É impossível, como cidadão itabunense, ficar calado mediante uma notícia de duas ricas páginas em reportagem jornalísticas, cheias de fotografias e pronunciamentos, com a intenção de mostrar à sociedade que o Hospital de Base está funcionando dentro da quase normalidade quando a grande maioria dos seus funcionários, usuários, médicos e a sociedade em geral têm conhecimento do desastre que ocorre, não só no próprio hospital como também na saúde itabunense.

Será que todas as denúncias feitas ao longo dos meses são criações de mentes férteis ou opositores irresponsáveis? Por que estas não foram apuradas, minuciosamente, e dada uma satisfação convincente à sociedade, inclusive punindo os denunciadores mentirosos ou os culpados das falhas encontradas?

Em nenhuma hipótese estou condenando a administração do HBLEM, pois tenho bons amigos que fazem parte dela (José Orleans e João Antonio), os respeito e tenho-lhes um carinho especial, mas querer nos dizer que está tudo sobre controle é, no mínimo, esconder o sol com uma peneira de treliças bem espaçosas, não sendo convincente para a sociedade e, principalmente, para os usuários que sofrem as agruras do inferno, segundo eles próprios, o Sindicato dos funcionários da Saúde e alguns membros do Conselho Municipal da Saúde de Itabuna.

Isso sem falar nas fortes denúncias na Câmara, feitas por alguns vereadores, com a abrangência de fatos ligados diretamente à Secretária de Saúde do Município. A visita do promotor Dr. Márcio Fahel, mui digno representante do Ministério Público onde, certamente, só foi mostrada a parte boa da maçã, em nenhuma hipótese espelha a triste realidade com que o povo (itabunense e regional) convive no dia-a-dia, quando precisam de atendimentos dos mais simples.

Sugerimos até uma posterior visita surpresa no decorrer do dia, vendo e conversando com a população em plena ação do atendimento, como também os internos e seus familiares. Não só no HBLEM como nos postos de atendimentos dos bairros. Pois, conscientemente, não estamos nos dirigindo apenas ao hospital.

Nossa intenção não é no sentido insólito e nada louvável da mesquinhez da politicagem, pois sempre repito que saúde não tem partido.

* Antônio Nunes, escritor e ex-presidente da Fundação de Apoio à Saúde de Itabuna (Fasi), mantenedora do Hospital de Base

Artigo publicado em A Região. Para ler a sua íntegra, clique a q u i.

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