Wagner e Geddel

Marco Wense*

Pelo andar da carruagem, a oposição ao governo Jaques Wagner vai ficar restrita ao DEM (ex-PFL) e resumida aos democratas Paulo Souto, ACM Neto e José Carlos Aleluia.

E o fiel carlista César Borges? Com a morte de ACM, o ex-governador perde a força política e a proteção do criador. Só tem o mandato de senador da República, que dificilmente será renovado.

O entrosamento entre o governador Jaques Wagner e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, principalmente quando a finalidade é enfraquecer o que ainda sobrou do carlismo, é perfeito.
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O petista e o peemedebista, sem dúvida as duas maiores lideranças da Bahia, traçaram uma estratégia para minar as pretensões dos oposicionistas em relação a sucessão municipal que se avizinha.

O pragmático Geddel se encarrega de levar os prefeitos carlistas para o PMDB, já que os alcaides temem uma mudança brusca de posição. Ou seja, uma filiação ao PT. Uma saída do carlismo para o petismo.

O governador, por sua vez, pensando também na governabilidade, fica com a tarefa de cooptar os partidos políticos que sempre gravitaram em torno do carlismo, como o PP e o PR.

O chefe do Executivo, para manter esse bom relacionamento com o ministro, coloca até o PT em segundo plano. Um bom exemplo é o apoio de Wagner ao projeto de reeleição do prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB), em detrimento de uma candidatura petista.

Na proporção que o carlismo e o soutismo se enfraquecem, o geddelismo se fortalece. O maior adversário do PT na eleição de 2010 passa a ser o PMDB.

E em 2010, se Deus quiser, e o Diário do Sul também, vou relembrar esse modesto comentário com um outro título: Wagner versus Geddel.

*Marco Wense é cronista político. Escreve às terças e sábados no Diário do Sul.