Combate à dengue
Líderes comunitários de Itabuna estão dispostos a entrar na linha de frente do combate à dengue e se reuniram agora à noite com o coordenador de controle de endemias da Secretaria Municipal de Saúde, Roberto Góes.
Na reunião, que ocorreu no Centro Comunitário do bairro Novo Fonseca, presidentes de associações de moradores ouviram informações e apresentaram sugestões para a guerra contra o mosquito aedes aegypti.
Participaram representantes dos bairros São Pedro, Daniel Gomes, Pedro Jerônimo, Maria Pinheiro, Fonseca e Novo Fonseca.
Um comentário:
A EDUCAÇÃO PODE MELHOR COMBATER A DENGUE
A epidemia de dengue no Rio de Janeiro e a proliferação da doença por todos os cantos do Brasil ganharam as capas dos jornais, programas de rádio e muito espaço na televisão, nos últimos dias. Na mesma proporção, propagam-se medidas de prevenção e de combate ao mosquito transmissor. Sinceramente: será que ainda existe alguém que não esteja devidamente informado sobre o assunto? Se é assim, por que o número de casos não pára de crescer?
É fácil entender. Vivemos em um país em que a ordem do dia – todo dia – é “levar vantagem em tudo, certo?” Achamos perfeitamente comum ver pessoas idosas em pé nos coletivos, jogar papéis de bala ou outros tipos de lixo nas ruas. Acreditamos que a solução de problemas como a violência, a pobreza e a falta de moradia pertencem somente ao Estado. Assim as coisas andam. Sempre esperamos que alguém faça a nossa parte e que nunca sejamos atingidos pela nossa própria displicência.
Engano. Colhemos exatamente o que plantamos e, se continuarmos a fingir que o problema da epidemia de dengue não é nossa responsabilidade nem nossa culpa, seremos potenciais pacientes dessa doença.
Recentemente convencei com minha cunhada Bárbara Barros, que reside na Alemanha. Fiquei impressionado quando ele relatou que, assim que os grandes eventos públicos acabam, é praticamente impossível ver lixo jogado no chão. Será que na Alemanha existem campanhas veiculadas na televisão pare evitar a sujeira em lugares públicos? Não. O que existe lá é uma coisa que, acredito eu, um dia teremos – educação.
Não me refiro às salas de aula, onde desde crianças aprendemos o bê-á-bá. Estou falando do berço, dos modos que aprendemos com nossos criadores – sejam eles nossos pais ou não –, dos valores adquiridos na infância e que valerão por toda a vida. Lembro-me da frase de Pitágoras – esse mesmo que você está pensando, do triângulo retângulo: “Educai as crianças e não será preciso punir os homens.”
Porém, se passarmos a educar nossas crianças de maneira adequada hoje, demoraremos aproximadamente 20 anos para começarmos a perceber os reflexos de uma boa educação na sociedade. Proponho, então, uma nova ordem: “Educai os homens, para que eles possam educar as crianças, visando à não punição dos futuros adultos.” É confuso, mas é isso que penso. Não temos educação, não pensamos em fazer algo hoje para vermos os resultados amanhã, não limpamos nosso quintal cheio de criadouros do mosquito da dengue porque achamos que isso não vai nos afetar.
Ao poder público cabe, além de garantir o saneamento básico, a fiscalização. E, na próxima campanha contra a dengue, gostaria que os meios de comunicação só precisassem lembrar às pessoas para ter educação, pois todo mundo já sabe como evitar a proliferação do mosquito. Para pensarem no mal que estão fazendo ao próximo e pararem de pensar em si mesmos. Também espero que todos os leitores deste artigo e do Blog Pimenta na Muqueca, tenham um bom-dia, limpando seus quintais.
Val Cabral – Radialista
Programa Sem Papas na Língua/ Rádio Jornal (560), 14h.
pvitabuna@bol.com.br
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