11 abril 2008

Dirceu, sucessão e PT

Marco Wense

“Rompimento com o PMDB favorece Imbassahy e ACM Neto, diz Dirceu”. Sapecou o jornal A Tarde, edição de 10 de abril último, na primeira página, como manchete principal.

Nenhuma novidade. Mas como o Dirceu é o famoso José Dirceu, o ex-todo poderoso chefe do Gabinete Civil do governo Lula, o conceituado jornal achou que a declaração merecia um destaque especial.

Esse rompimento do PT com o PMDB já era esperado. Aliás, na edição do Diário do Sul de 14-07-2007, essa modesta coluna fez o seguinte comentário: “O primeiro embate político entre petistas e peemedebistas vai acontecer na eleição municipal de 2008, principalmente nos grandes redutos eleitorais”.

Na edição de 01-03-2008, outro comentário: “Se não houver uma discussão desprovida de vaidades em torno da sucessão municipal de Salvador, corre-se o risco de um segundo turno com Imbassahy (PSDB) e ACM Neto (DEM)”.

Esse Dirceu, que não é um Dirceu qualquer, é aquele que jantou com o senador Antonio Carlos Magalhães faltando poucos dias para a eleição de 2004. O traiçoeiro encontro acabou sepultando de vez a candidatura do petista Nelson Peregrino à sucessão do Palácio Thomé de Souza.

Agora, vem o Dirceu e, novamente, mete o bedelho no processo sucessório. Como já não é mais o Dirceu de antigamente, recebeu um puxão de orelha do governador Jaques Wagner.

Como o ex-todo poderoso continua dando provas de que não gosta do PT da Bahia, alguns ilustres petistas já pensam na hipótese de considerá-lo “persona non grata”.


Na lixeira
O prefeito de Salvador, o neo-peemedebista João Henrique, vai aproveitar a saída do PT da administração para enxugar a máquina pública.

O PT comandava quatro secretarias – Saúde, Governo, Reparação e Desenvolvimento Social – e vários cargos de segundo e terceiro escalões.

Agora vem o alcaide, que é candidato à reeleição, e diz que muitos desses cargos são desnecessários ao serviço público.

Essa declaração de João Henrique é a prova inconteste da irresponsabilidade de se criar funções públicas para satisfazer os acordos político-partidários.

Os cargos vão para a lixeira. Mas só por um curto período de tempo. Os partidos que continuam no governo – PDT, PP e, obviamente, o PMDB – estão de olho neles. (MWense)


Juçara Feitosa

A pré-candidatura de Juçara Feitosa à sucessão do prefeito Fernando Gomes ganha força e começa a incomodar os outros prefeituráveis.

O crescimento é detectado pela pergunta que mais se ouve nos bastidores: Com quem Juçara vai disputar o comando do Centro Administrativo Firmino Alves?

Para o polêmico e irreverente publicitário Gerson Menezes, a disputa será travada entre a candidata do PT e o jornalista José Adervan (PSDB). Vale ressaltar que Gerson é o coordenador de marketing do pré-candidato tucano.

Um outro detalhe, que mostra a viabilidade eleitoral de Juçara, é que os postulantes ao cargo de vice-prefeito do então pré-candidato Geraldo Simões continuam com o mesmo desejo. Ou seja, querem agora ser o companheiro de chapa da ex-secretaria de Desenvolvimento Social.

Na política se perde e se ganha. Juçara pode até perder a eleição. Mas que vai dar muito trabalho, vai. Não tenho a menor dúvida.(MWense)


Dinailton e FG
Dinailton Oliveira, presidente da eterna comissão provisória do PDT, não será candidato a prefeito de Itabuna. É esse o principal motivo que faz com que Fernando Gomes não ajude o pedetista.

O PDT faz parte da administração do prefeito João Henrique, que é do PMDB. Mais cedo ou mais tarde, Lúcio Vieira Lima, presidente estadual do partido, vai conversar com o deputado Severiano Alves, presidente regional do PDT, sobre a possibilidade de Dinailton apoiar a candidatura do Capitão Fábio.

Aliás, só tem um jeito do bom advogado permanecer como pré-candidato e candidato de verdade: crescer nas pesquisas de opinião. Do contrário, é só nadar, nadar, nadar, e morrer na praia.(MWense)


PSB
O diretório municipal do PSB de Itabuna erra quando promove encontros com os pré-candidatos a prefeito e não convida o ex-candidato a senador Ruy Correa.

Ruy é a cabeça pensante dos socialistas. Mas como é polêmico e diz na cara o que tem vontade de dizer, os “companheiros” e “mui amigos” acham que sua presença pode criar dificuldades na arrumação dos acordos.

É bom lembrar que Ruy Correa é gente de confiança da deputada Lídice da Mata, maior liderança do partido na Bahia.(MWense)

4 comentários:

Anônimo disse...

Ruy é coerente e forte o suficiente para evitar que o PSB seja tratado como instrumento de interesses inconfessáveis de um suposto candidato a prefeito sem a mínima possibilidade de evitar o desastre a que está submetido na expectiva de uma campanha que não agrada nem aos seus próprios filiados. Edson Dantas não se elege mais nem para vereador e quem quer que ele apoie, espero que no "acordo" não esteja incluída a barganha dele voltar a ser secretário de saúde, pois de esculhambação, basta a que Zé-Suíno está fazendo!

Anônimo disse...

Martí não entendendo o "colonista";


Até a semana passada o Sr Mw, assim mesmo, com w minusculo, falava pela esquinas da cidade que a imposição da candidatura da Impertatriz Juçara I era um absurdo.

Hoje vem com essa "colona"????


Esse crescimento deve ter sido junto com o do menino maluquinho para fiscal do Jd Primavera.

Anônimo disse...

Zelão, pro companheiro Marcos Wense:

Pois é companheiro! Esse é o mesmo José Dirceu, ou simplesmente o "Companheiro Zé", que mesmo estando (temporariamente) afastado do governo, continua mantendo estreitas relações com o Presidente Lula.
Foi e continua sendo, o artifice do projeto de poder do PT. Tem autoridade "moral" para criticar. Afinal, tudo de bom que os "companheiros" hoje estão a uzufluir do poder, devem à inteligência do Zé.
Se existem alguém nesse país que não pode execrar o Zé, são os seus companheiros do PT.

Anônimo disse...

Ô dom Zelão: uzufluir não é o mesmo que usufruir. Devagar com a língua... portuguesa, é claro, a última flor do Láscio.