18 novembro 2006

Chamem o Samu! A saúde está doente

Antônio Nunes*

Participamos de uma reunião no Grupo de Ação Comunitária no dia 15/11, ocasião que foram convidados os membros da diretoria do Conselho Municipal de Saúde de Itabuna, no sentido de esclarecermos alguns fatos que vêm ocorrendo no setor de saúde do município e, absurdamente, depois de meses de denúncias escabrosas através da mídia, sindicatos, funcionários, usuários, etc., nenhuma resposta positiva foi apresentada à sociedade, não só pelo Conselho, como também a Câmara de Vereadores e o Ministério Público.

Talvez hoje, com o estado calamitoso que se encontra a saúde itabunense, os munícipes podem avaliar como ela estava (bastante combatida por questões meramente políticas) e como ela está atendendo(?) a sofrida comunidade no seu dia-a-dia.

São totalmente injustificadas certas alegações dos atuais titulares, pois, mesmo sem nenhuma ajuda do governo do Estado, a Secretaria de Saúde do Município jamais deixou de pagar ao funcionalismo nos dias certos, construiu, ampliou e reformou vários postos de atendimentos dos bairros. Inaugurou unidades de atendimento oftalmológico, mães carentes e outros. Contando com a parceria de Governo Federal inaugurou o SAMU, Farmácia do Povo, Sorridente, Creadh etc.,

O Hospital de Base Luís Eduardo funcionava a contento, atendendo a mais de cem municípios com um padrão de qualidade, se não era o ideal, também não deixava faltar medicamentos básicos, alimentação, cumprindo, dentro do possível, o escalonamento dos pagamentos atrasados, dando andamento, em parceria com o Ministério da Saúde para a instalação da Unidade Coronária, hoje, infelizmente, estagnada. Foram parados os convênios em andamentos com as faculdades e escolas de nível médio que utilizam suas instalações para aulas, além de encaminhamentos de projetos junto aos Ministérios de Educação (por ser hospital escola) e Saúde para implantações de um centro de estudos e uma área para acomodação, vestiários e descanso dos estudantes e residentes.

Infelizmente, nada disso está acontecendo em termos de melhoria necessária, assim como, o atendimento geral da saúde está caótico, inclusive com o fechamento de unidades, comprovadamente, necessárias e úteis.

Pode parecer que nossas palavras são para elogiar a gestão do ex-prefeito Geraldo Simões e do Secretário de Saúde Paulo Bicalho. Mas, só se pode mostrar como tudo vai mal, fazendo-se um comparativo com o que existia de bom anteriormente. Pois, se não era o ideal, trabalhava-se para se aproximar do melhor, oferecendo um padrão que foi elogiado, publicamente, pelo então Secretário de saúde do Estado da Bahia, como o melhor atendimento dentre todos os outros municípios baianos.

Por tudo isso, essa cachoeira de denúncias e comportamentos não esclarecidos a contento, se faz necessário que o Conselho Municipal de Saúde, juntamente com a Câmara de Vereadores e o Ministério Público tomem uma providência urgente, fazendo uma auditoria justa e clara, no sentido de dar uma satisfação a sociedade dos reais motivos de estarmos com a saúde mais doente que os pobres usuários. E, caso haja culpados comprovados, que estes sejam punidos rigorosamente de conformidade com as leis.

O que não podemos é achar que tudo isso se trata de uma normalidade política. Pois, jamais se deve usar a saúde para fazer política. E sim, usar a política para melhorar a saúde. Saúde não tem partido. Ela vive através da união da comunidade.

*Ex-presidente da Fundação de Apoio à Saúde de Itabuna

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