Itabuna sem carnaval; prefeito com factóides

O prefeito Fernando Gomes tentará manter-se em evidência nos próximos 18 meses. Abusará dos factóides, algo que cabe bem a políticos "criativos", mas sem projetos. É assim que ele decide por não realizar o carnaval antecipado, em fevereiro. A alegação é a falta de receita. Assim como colegas vizinhos, precisa de melhor desculpa para os seus eleitores e o fracasso administrativo.

Falta-lhe a criatividade necessária para tocar um município com a força de Itabuna, que apresenta receita crescente de FPM, por exemplo. Também falta ao prefeito explicar como foram gastos, segundo seus assessores, R$ 1,5 milhão no carnaval passado.

Estranho, adicione-se, é o fato de tão gorda soma para uma festa como a de fevereiro passado: acanhada, público diminuto e atrações que levaram nove meses para receber o cachê das apresentações, como foi o caso da banda O Rodo e a sensação do carnaval de Salvador, a Vixe Mainha, que somente recebeu o cachê em julho.

Os atrasos no pagamento das bandas do carnaval passado assustaram produtores musicais. Mas outro fator contribui para o novo factóide de nandinho: estamos no final de novembro e o município teria pouco tempo para organizar o Antecipado.

A disputa eleitoral tomou-lhe o tempo para as ações governamentais. Ou acabou por interferir em algumas delas (vide o caso da estação de tratamento de água da Emasa, em Nova Ferradas, que precisou ser totalmente refeita, três meses após ser inaugurada).