TV Santa Cruz "tira o couro" dos funcionários

Boa parte do time da TV Santa Cruz deveria estar entregue ao departamento médico, isto se a empresa fosse uma equipe de futebol. Mas a emissora do Morro dos Canecos tem se transformado mesmo em pesadelo para os funcionários, durante o "reinado" de Cezar Mazonni.

De acordo com informações obtidas por este BLOG, pelo menos 11 dos 77 funcionários da Santa Cruz estão sofrendo de Lesões por Esforço Repetitivo, doença conhecida pela sigla "LER". Como o próprio nome deixa estampado, a enfermidade é causada pela repetição de movimentos, como os realizados por um digitador. A evolução da LER pode levar à atrofia das mãos, o que significa aposentadoria precoce.

A portaria 3.214 do Ministério do Trabalho determina que, a cada 50 minutos no teclado, o digitador pare 10 minutos para descansar. Mas isso jamais foi cumprido na TV Santa Cruz, que também é beneficiada pela leniência do Sindicato dos Trabalhadores em Rádio e Televisão (Stert), um órgão que, apesar de representar os profissionais de comunicação, é cego, surdo e mudo.

Como não poderia deixar de ser, alguns funcionários da Santa Cruz também sofrem com o stress causado pelo excesso de trabalho. A empresa extrapola jornadas e explora até mesmo os estagiários do curso de comunicação da Uesc. Estes logo percebem que a chance de obter uma experiência profissional para complementar a teoria acadêmica não passa de ilusão. Outro dia, um desses estagiários, comentou com o blogueiro, até com certo bom humor, que "o estágio da Santa Cruz é mais uma fábrica de doidos".

A Santa Cruz completou 18 anos este mês e a festa de comemoração prestou homenagem a alguns funcionários. Entre os que se encontravam na lista de congratulações, havia trabalhadores que contraíram doenças ocupacionais e hoje têm dificuldade para falar com o diretor Cezar Mazonni. Este, inclusive, teria mandado excluir os nomes dos "indesejáveis" da lista.

A coisa tá tão feia, mas tão feia, que já está acontecendo o que ninguém jamais esperaria na TV Santa Cruz. Pode parecer absurdo, mas tem muito funcionário com saudades do ex-todo-poderoso Lício de Almeida Fontes.