A verdade pode ser... “um pé no saco”!

Gerson Menezes
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Dizem que a verdade é como o c..., cada um tem a sua. Quando confrontadas, não raro surgem conflitos em que cada um que se julga dono da verdadeira verdade quer impor sobre a dos outros. É ai que o bicho pega!

Note-se o caso específico do senador Renan Calheiros ao defender as suas “verdades”, mesmo diante das denúncias, depoimentos e provas em contrário. Seja porque acredita nas suas “verdades”, ou porque, cinicamente defende com veemência as suas “inverdades”, o faz sempre em nome da “verdade que irá surgir”.

Quando a Polícia Federal flagra importantes funcionários da Petrobras que não são pequenos “lambaris” e “tubarões” da construção naval, nadando juntos em “águas profundas” da corrupção, o governo do PT anuncia em nota a sua verdade: Sabia das falcatruas, mas, para não atrapalhar as investigações, não tomou nenhuma atitude. Mesmo sabendo que “em verdade” uma das empresas envolvidas tenha sido uma das três maiores doadoras da campanha passada dos petistas.

A empresa também conta a sua “verdade” ao alegar que a doação ao PT foi feita de maneira espontânea, em agradecimento a “reserva de mercado” criada pelo presidente Lula, para proteger a indústria naval brasileira. Já cunharam até a expressão “verdade relativa dos fatos”. Como que a confirmarem sem sofismas, que existem “meias verdades”, e que devem ser aceitas.

Mesmo concordando que existam as verdades de cada um, fica difícil aceitá-las quando expostas diante da “realidade crua dos fatos”. No Brasil de hoje é comum escutarmos dos mais contumazes mentirosos dizer que possuem uma “verdade irretruncável”.

Quando assistimos a assassinos confessos, ladrões pegos em flagrante delito e administradores públicos que tiveram as contas rejeitadas pelos tribunais, que as suas “verdades” serão comprovadas posteriormente, pela própria lei dos tribunais que os condenou, fica difícil acreditar que verdades ainda existam.

Gerson Menezes é publicitário