20 setembro 2006

Fernando Gomes deixa hospitais à míngua


É muito mais que um bate-boca ou briga política o entrevero da Santa Casa de Misericórdia com a Prefeitura de Itabuna. Como tantas outras entidades filantrópicas que atuam na área de saúde, a SCMI sempre enfrentou dificuldades. Nunca, porém, da forma como acontece neste governo.

E enquanto o secretário de Saúde da Prefeitura, o contador Jesuíno Oliveira, provavelmente atendendo às ordens do chefe, diz que o problema da Santa Casa é má-gestão, o provedor Érick Etinger fala em português claro qual o motivo da asfixia dos hospitais que atendem pelo SUS em Itabuna.

Etinger deu entrevistas ontem e hoje, primeiro na TV Santa Cruz e depois no Jornal das Sete, da rádio Morena FM. Lamentou a postura do secretário de Saúde e apresentou um quadro que, observando-se o que determina a Constituição, deveria provocar uma intervenção em Itabuna.

O dado mais estarrecedor é que a Prefeitura tem atrasado, sistematicamente, os repasses para pagar os serviços custeados pelo SUS. E se o dinheiro já é minguado, quando chega a conta-gotas é como querer irrigar o semi-árido a base de espirro. Mas é isso que está acontecendo com os hospitais de Itabuna.

De acordo com o provedor da Santa Casa, a instituição recebeu esta semana, da Prefeitura, o pagamento pelos serviços prestados em julho, com dois meses de atraso. O estranho nessa história é que os procedimentos realizados em um mês devem ser pagos pelo menos até o quinto dia útil do mês seguinte. E o dinheiro do Governo Federal cai religiosamente nos cofres da Prefeitura, só não se sabe que caminhos atravessa a partir daí para demorar tanto até chegar ao seu devido destino.

Enquanto isso, pronto-socorros fecham. O primeiro foi o do Hospital Calixto Midlej, e o Manoel Novaes anuncia que o seu oxigênio só dura até 11 de outubro. É a saúde de Itabuna com sua morte anunciada.

Nenhum comentário: