Não ir ao debate - uma estratégia arriscada
Lula ficou em uma sinuca de bico hoje, ao ter que decidir entre ir ou não ao debate da Globo. Comparecer significava enfrentar a metralhadora de uma Heloísa Helena. A ausência, por outro lado, implica submeter-se ao crivo do eleitor mais consciente e desejoso de ver uma discussão democrática entre postulantes ao cargo de presidente.
Lula optou pela ausência e a tênue segurança que ainda lhe garantem as pesquisas. Certamente pesou na escolha a circunstância de que a maior aprovação do presidente está no Nordeste pouco educado, esfomeado e mal-pago. Gente que costuma dormir depois da novela e que se acostumou à mesada curta, mas regiamente paga do Bolsa Família.
Nos últimos dias, a propaganda de Lula forçou a lembrança dos famintos. Mensagens que tentavam dizer que o barbudo no poder representa a garantia da continuidade dos programas assistencialistas. Uma apelação de embrulhar o estômago.
Pois esse mesmo Nordeste faminto pode trair os estrategistas da reeleição. Estudos e previsões indicam que a região onde Lula esbanja maioria é a mesma que ostenta os mais altos índices de abstenção, enquanto o sul/sudeste do País, onde a diferença entre o petista e o tucano é menor, tem historicamente maior presença de eleitores na hora "H".
Tal situação pode resultar em uma menor diferença entre Lula e a concorrência em 1º de outubro. E, talvez, levar a eleição ao segundo turno.
Faltam dois dias para sabermos se a escapadinha de Lula foi uma boa estratégia ou se não passa de mais uma sacada genial da "inteligência" petista.
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