04 novembro 2006

O pouco prestígio do chuchu - o comestível, "moçada"!

Lecticia Cavalcanti

Não houve, naquele tempo, povo mais civilizado deste lado do mundo. Os Astecas apreciavam livros - escritos em "nauatle", uma mistura de ideogramas com escrita fonética. Construíam aquedutos, diques e estradas. Tinham organização militar bem desenvolvida. Dominavam técnicas avançadas de astronomia, metalurgia (sabiam trabalhar ouro, prata e cobre) e, sobretudo agricultura e irrigação - usando meios bem mais modernos que os então empregados na Europa. Eram mestres no cultivo de abóbora, algodão, batata, cacau, feijão, milho, pimentão, tomate. E também de chuchu.

O nome vem do quíchua - "chufehuf". Os franceses, quando chegaram às Antilhas, o passaram a chamar de "chou-chou" - daí vindo o nome, em português. Só que chuchu para essa gente, por ter gosto suave e ser de fácil digestão, era mais alimento de doentes e convalescentes.

Depois, em 1519, o espanhol Hernan Cortés chegou àquelas terras e destruiu o grande império asteca. Como depois Pizarro entrou em Cuzco e destruiu a quase tão grande civilização Inca. Sobrou pouco deles. Para Espanha levaram ouro, pedras preciosas e mudas daqueles alimentos - dos quais os de maior prestígio foram a batata e o cacau, usado para fabricação do chocolate. Chuchu também. Chegou ao Brasil com os primeiros navegadores portugueses. Foi ganhando fama e acabou candidato a Presidente da República. Perdeu. Ninguém é perfeito. Nem o próprio chuchu.

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