E por falar em Pinto...
... o Odilon, bem entendido!
Uns fazem alusão à gramática, outros aos pecadilhos morais de certos políticos. A nota postada abaixo, sob o título Reportagem não foi ao ar, rendeu comentários. Por conta disso, lembremos o mestre e lingüista Odilon Pinto, publicando uma de suas colunas no Diário do Sul.
"Professor, não ensine gramática
Há mais de 30 anos que os estudos lingüísticos mostram que o ensino da nomenclatura e das classificações da gramática normativa tradicional não contribuem em nada para a capacidade comunicativa do aluno. Saber as classificações gramaticais e a análise sintática dos termos da oração não traz competência em leitura, interpretação e produção de texto.
Os jovens professores, no entanto, alegam que algumas coordenadoras e diretoras exigem “aulas de gramática”. É bom que essas coordenadoras e diretoras leiam os Parâmetros Curriculares Nacionais de Português, do Ministério da Educação e Cultura, e leiam as Diretrizes Curriculares, da Secretaria de Educação do Estado da Bahia.
Nesses documentos há restrições explícitas a esse ensino de gramática normativa tradicional e propostas de um novo tipo de ensino. Quando o professor leva jornais, livros e textos de propaganda, para a leitura e interpretação dos alunos em sala de aula, é freqüente algumas dessas coordenadoras e diretoras acharem que o professor está “enrolando”, em vez de dar aula.
Também os alunos, já deformados pela escolaridade anterior, perguntam aborrecidos: “Professora, quando é que a senhora vai dar aula mesmo, em vez dessas atividades?” E quando a gente pergunta a esse aluno o que é que ele chama de “aula mesmo”, ele responde: “Aula é quando a gente escreve no caderno. Eu quero cópia ou ditado.”
Infelizmente o vento da renovação do ensino de Português, que já varre as Universidades, os exames vestibulares, os concursos nacionais e os estudos da pós-graduação, ainda não conseguiram arejar alguns profissionais conservadores, geralmente distantes da formação continuada.
Coluna Usos do Português, de Odilon Pinto, publicada na edição de quinta-feira.
Um comentário:
Meu caro, nem tanto nem tão pouco...
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