26 junho 2007

Irmandadade ameaça expor anatomia da corrupção

Gerson Menezes
publixcriativo@hotmail.com

Indiscutivelmente, ‘existem mais mistérios entre o céu e a terra do que possa sonhar a nossa vã filosofia’. Também, fora dos conceitos ditos filosóficos, nas coisas materiais, existem mistérios que fogem ao que a nossa vã suposição seria capaz de imaginar. Sob a cúpula do nosso vetusto Senado Federal, mistérios até então não revelados de uma verdadeira irmandade secreta estão sob a ameaça de virem ao conhecimento público.

No centro de uma crise provocada pelas acusações de quebra do decoro parlamentar, na qual agoniza sangrando lentamente nada menos que o presidente do da Casa, o senador Renan Calheiros, como se diz na gíria policial “vendo a casa cair”, ameaça criar uma crise institucional que, além de arrastar consigo muitos outros senadores para o lodaçal em que se enterrou, ameaça também envolver o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, por quem Renan se julga traído e abandonado.

Renan, que não admite a hipótese de renunciar ao cargo, avisa que cairá atirando para todos os lados. Assim, sob a égide de uma denúncia contra um dos seus membros ilustres, o país e o mundo podem vir a tomar conhecimento da existência dos meandros de uma irmandade que todos imaginávamos existir, mas não tínhamos certeza – A irmandade secreta dos vestais.

Em um momento histórico da Nação Brasileira, quando em forma de escândalos que, despudoradamente e sucessivamente, um após outro, revelam as entranhas das nossas instituições democráticas, esse, com o qual o Senador Renan Calheiros ameaça os seus pares e o presidente da República, pode nos levar a assistir, entre incrédulos e impotentes, à verdadeira anatomia da corrupção no Brasil.

A esta altura dos acontecimentos, sob a luz dos holofotes dos “denuncismos”, Deus, a quem deram, à sua revelia, o título de “cidadão brasileiro”, deve estar a temer pelo envolvimento do seu santo nome, além do pecado de “não dirás o Seu santo nome em vão”.

Queria poder acreditar
que nada mais de podre pudesse ser revelado. Que todas as mazelas já tivessem sido expostas em praça pública pelas notícias da mídia. Porém, tal qual como aconteceu com Sodoma e Gomorra, símbolos bíblicos da iniqüidade humana, sob uma ainda mais ameaçadora hecatombe anunciada, talvez não venha a restar “pedra sobre pedra”.

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