08 junho 2007

Cinco assaltos no ringue petista

César Felício

Já tradicionais, as batalhas entre petistas nos próximos meses e anos ganharão um caráter inédito. Pela primeira vez desde o surgimento da sigla, briga-se internamente sem uma candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva no horizonte.

No quadro atual, fala-se dentro do PT em Marta Suplicy, Tarso Genro, Jaques Wagner, Dilma Rousseff, Olívio Dutra e até mesmo Fernando Haddad como possíveis presidenciáveis. Um sinal eloqüente de que, por enquanto, o partido não tem candidato algum.

A julgar pela história petista, o futuro candidato petista deve brotar de uma luta interna diante da qual as intrigas dentro do PSDB não se comparam. "A lista é muito grande e mostra que não há nomes naturais", comenta o secretário-geral da sigla, Joaquim Soriano, da ala esquerda petista.

Sob o manto do que era conveniente para as candidaturas lulistas - apenas para citar recentes episódios, a construção de alianças em 1998 e 2002 e a defesa do governo federal na última disputa - o debate interno foi contido e a hegemonia do Campo Majoritário construída.

Agora o partido se arregimenta para duas disputas sem freios: o congresso da sigla, em agosto, e a eleição direta para a nova direção, provavelmente ainda no fim deste ano. Tanto uma quanto a outra são os passos iniciais para a candidatura presidencial de 2010, que todos dão como certa dentro da sigla.

As eleições municipais de 2008 serão uma terceira etapa. O quarto round poderá ser uma nova renovação da direção em 2009, caso os mandatos dos dirigentes sejam reduzidos para dois anos, como deve ser discutido no congresso. O quinto assalto, se Lula não intervier, será o da decisão partidária em 2010.

Confira a íntegra da análise na edição de hoje do Valor

Nenhum comentário: