07 junho 2007

Vingança

"Todo homem prudente e de mente ativa, ao se lembrar que a vida é curta, deveria dispensar uma hora ou duas, de vez em quando, para um exame crítico das pessoas mais próximas. Verá que algumas delas merecem malmente um bom dia.

Foi o que deve ter pensado o intelectual militar Creso Coimbra. Poderoso, prestigiado, recebido no seio das famílias mais tradicionais de Ilhéus, mulato e casado com uma loura gostosa – D. Iolanda -, reza a lenda que teve a reputação arruinada ao ser surpreendido com garotinhos no banheiro do Cine Santa Clara.

Só não o expulsaram da cidade porque ele era do comando geral da 18ª. CSM – Circunscrição de Serviço Militar. Porém, o boca-a-boca tomou proporções inenarráveis. Despudorado, Creso utilizou as confidências de uma civilização baseada na aparência e na arrogância, botando a boca no trombone.

Entre um copo e outro de uísque, escreveu e publicou em 1966, “O Raio X de uma Cidade”, uma suposta obra de ficção que pegou a society ilheense de roupas íntimas, gerando um dos maiores escândalos de sua história. O livro de 213 páginas e capa vermelha e preta, imediatamente proibido, recolhido das livrarias, terminou queimado numa fogueira.

Poucos exemplares escaparam ilesos e nunca houve interesse de uma segunda edição. A pressão coronelesca fez com que o militar se transferisse para outras plagas; e seu nome sepultado.

Eu encontrei o lendário “O Raio X de uma Cidade” num sebo. Creso Coimbra faz uma minuciosa autópsia da sociedade ilheense: infidelidades, trapaças, crimes, drogas, falências, defloramentos, humilhações, pederastia, alpinismo social, alcoolismo etc. Está tudo lá.

O mais divertido é descobrir a identidade real dos personagens. Um deles, Carlinhos Henrique, é nosso glamourouso colunista social Charles Henri."

Antônio Naud, no Diário do Sul

8 comentários:

Anônimo disse...

Pensaste o estrago que uma publicação deste tipo causaria na linda e imberbe sociedade ilheense, caso o livro fosse escrito nos dias de hoje?

Anônimo disse...

Vejam que a culpa não é de Valderico.
Cada povo tem o governo que MERECE

Anônimo disse...

Ilheus é TRADICIONAL...
Não mudou NADA

Anônimo disse...

COMO DIRIA ARISTÓTELES, VIVA A PUTARIA!!!!!

Anônimo disse...

Meu, si um escritô do calibri do Antonio Junio relata as estória do poder em Ilhéus nos últimos 30 anos vai ter muito morde fronha, muito corno, muito isso, muito aquilo... minha mão desmunhecou.

Uiiiii...

Anônimo disse...

Como cidade-mãe da nossa região, Ilhéus merece respeito, senhor Pimenta. Que tentativa besta, gratuita de nos atingir, atingir a sociedade, a aristocracia ilheense.A chacota, o desrespeito não vamos tolerá. Ilhéus nunca foi, nunca vai ser a cidade dos viados, dos pederastas, dos cornos mansos. Eu estou condoido, como ilheense, como cidadão. A nossa cidade merece mais respeito. Isso dói. Um escritó de meia faz isso com a cidade de jorge amado. Onde se vil isso?

Me doí lê ua disclassicada nota deça contra o nosso povo. Sempre nóis tevemos fama de rufião. Isso é inaceitável.

Anônimo disse...

Zelão diz:

Cornos, viados, putas e lesbiscas de Ilhéus... Uni-vos!
Como se já se não bastasse o prefeito e a câmara de vereadores que tem, indá vem esse cara mexer no lôdo do passado. Desse jeito, nem mesmo a "tradição" vai restar.
Não sobrará pedra sobre pedra!
É hora de ressuscitar Guerrinha, o arauto da...Putaria!

Anônimo disse...

E Viva DomZELÃO!!!!

kkkkkkk