09 setembro 2006

Inquietação

A falta de equilíbrio entre os candidatos nessa eleição é, sem dúvida, algo prejudicial à formação da ética nesse País. O povo até poderia entender que sempre houve corrupção, e ela apenas emergiu violentamente no governo Lula, mas dar ao presidente uma vitória consagradora passa uma mensagem errada.

A impressão que vai ficar é de que o povo assimila e aprova todas as falcatruas e maracutaias, de que toda a safadeza será permitida e de que não existe pecado do lado de baixo do Equador. O brasileiro está oferecendo uma segunda chance a Lula ou o absolvendo de todas as traquinagens?

Sobre esse assunto, o professor Cristóvam Buarque, candidato do PDT à Presidência, fala hoje em entrevista à Folha. O ex-reitor da UnB, ex-governador do Distrito Federal e ex-ministro da Educação (demitido por telefone pelo presidente Lula) não consegue descolar de 1% nas pesquisas, o que é um mau sinal.

Cristóvam pode não ser candidato para ganhar as eleições, mas estar nessa rabeira é demais. Prova inconteste de que o eleitor não está muito preocupado em discutir questões de alcance mais amplo, como a necessidade de um investimento maciço em educação. O eleitor ficou mais pragmático, quer mesmo é comprar sua TV de 29 polegadas em 18 prestações fixas e entregar todo o salário ao crédito consignado.

Lula vencerá as eleições, com a torcida de tucanos como José Serra e Aécio Neves. Para Cristóvam Buarque, o segundo mandato condenará o presidente.

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