O tempo dá os melhores ensinamentos
Gerson Menezes
publixcriativo@hotmail.com
Valho-me mais uma vez aqui das experiências da minha avó, que dizia que poderíamos tirar lições das experiências vividas pelos outros. “Não precisa beber formicida para saber que ele mata. Basta saber que alguém que bebeu, morreu”.
Quem de nós, depois de muito tempo, ao lançar os olhares para trás, não se surpreendeu com as mudanças que aconteceram, influindo até nos nossos pensamentos e ações? Salvo os irremediavelmente irrecuperáveis, todos nós mudamos com os ensinamentos que o tempo nos dá. Não importa se mudamos para melhor ou para pior. O certo é que mudamos.
Em um mesmo dia, pude constatar mudanças em duas personalidades e no comportamento de dois políticos amigos, que aqui neste espaço, conhecidentemente na mesma “pensata”, eu havia criticado. Fiz críticas ao comportamento político de Jabes Ribeiro, ex-prefeito de Ilhéus, e de Pedro Jackson, o popular Pedrão, prefeito de Itapé.
Com Jabes em recente encontro acontecido por acaso na redação do Jornal Agora, pude observar com clareza as mudanças que aconteceram no pensamento e nas suas atitudes. Possuidor de uma forte personalidade que às vezes o fazia assumir ares de arrogância, Jabes se deixou encantar pelo poder e a se deixar encantar pelos falsos elogios dos que o cercavam bem de perto, cantando loas a todas as suas atitudes. Por isso mesmo, foi odiado e amado ao mesmo tempo pelo povo.
Com o Jabes com quem conversei, pude observar que aprendeu - sob duras penas - as lições que o próprio mundo político que ela habita com denodo. Que ninguém é inteiramente confiável, nem pode ser visto eternamente como inimigo. As amargas lições transformaram Jabes em um ser humano mais humilde e em um político mais realista, a ponto tal que nem mesmo as recentes pesquisas o apontando como o preferido disparado dos eleitores ilheenses ter feito com que ele alterasse a sua autocrítica de que cometera erros e de que deve humildemente pedir desculpas ao povo de Ilhéus.
Na noite do mesmo dia, acompanhado de amigos comuns, fui à vizinha cidade de Itapé assistir à primeira noite dos festejos antecipados do São João. Fiz questão de chegar bem antes do horário marcado para o início das festividades. Com o pensamento crítico, quis ver in loco como uma prefeitura que, como as muitas outras desse país afora, alega faltar recursos para as mais elementares ações de governo, pode empregar recursos na realização de festas, que embora façam parte do binômio político “pão e circo”, não podem ser colocadas como prioridades.
Vi a pequenina Itapé com os seus grandes problemas sendo equacionados pela administração pública municipal. As obras estão por toda parte. Conversei com amigos de longas datas que moram em Itapé, muitos dos quais politicamente são adversários de Pedrão, com pessoas comuns do povo com as quais entabulei conversa e com funcionários públicos. Em todas vi reconhecimento e satisfação com o atual governo de Pedrão, este que é o seu terceiro mandato. Ele também mudou.
As duras lições aprendidas nas suas duas administrações anteriores, e o susto que o seu “grande coração” andou pregando, transformaram-no em um ser humano ainda mais humano e em um administrador público mais coerente e consciente das suas obrigações para com o povo da sua cidade.
As lições vividas e aprendidas e relatadas por esses dois bons amigos me serviram de lições. Aprendi que mesmo sem abrir mão da crítica construtiva devemos estar atentos e dar crédito às pessoas no acompanhamento das suas mudanças e evoluções como ser humano, sem nunca condená-las de forma irremediável e ao sabor do nosso julgamento crítico.
Gerson Menezes é publicitário
3 comentários:
Pra quem gosta de merda!!!
Ai ai... quem tem paciência?....
Aprendizagem e troca aki são mercadorias extintas!!!
Gerson para Colé:
Tai Colé!
Talvez ocê não saiba, mas tem gosto pra tudo. Tem gente que é louco por merda. Outros, nem conseguem viver sem elas.
Tem aqueles outros, para os quais, só a própria merda interessa.
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