15 janeiro 2008

Juçara Feitosa, realidade ou blefe?

Allah Góes*

Acácia Pinho acreditava há até poucos dias que seria a única pré-candidata à Principal Cadeira do Firmino Alves, mas nos últimos dias, talvez guiado por pesquisas de "consumo interno", que atentam para a possibilidade de derrota no próximo pleito municipal, o que sepultaria seus sonhos de "vôos mais altos", o secretário de Estado, Geraldo Simões, lança o nome de sua digníssima esposa à prefeita.

E o que a princípio poderia passar por pilhéria, se analisado ao sabor das pressões que vêm atualmente atormentando o secretário (para que em nome da "governabilidade", de imediato desocupe o lugar), pode muito bem ser mais um inteligente lance dado pelo hoje principal candidato ao Firmino Alves.

Explico melhor: como ainda tem dúvidas sobre a sua viabilidade eleitoral (que antes da desistência de Fernando Gomes era inquestionável), Geraldo hesita em de logo se exonerar das funções de secretário de Estado e voltar a ser um "simples deputado", pois aí terá a obrigação de disputar a eleição e arcar com o ônus de uma derrota, razão pela qual somente quer deixar o cargo se as condições forem propícias", o que não é ainda possível se verificar.

Hesitando em se definir como précandidato e necessitando de tempo para melhor vislumbrar o quadro da sucessão, Geraldo (como cortina de fumaça) lança o nome de Jussara Feitosa, isto tanto como forma de minorar a pressão exercida por aqueles que cobiçam a sua secretaria, como também para dar um recado aos desavisados de que é "ele, e só ele, quem manda no PT de Itabuna", e pode impor quem quiser como candidato.

Geraldo Simões tem se revelado, de longe, o mais aplicado e inteligente político de nossa região e como animal político que é, conhece como ninguém os meandros e manhas do eleitorado itabunense, e sabe que por aqui, diferentemente de outros lugares, não se transfere votos.

Exemplos existem e vão desde Fernando Gomes a Ubaldo Dantas, que nunca conseguiram transferir para seus parentes os votos que lhes consagraram nas urnas, o que demonstra que a empreitada, dita como avalizada pelo próprio governador, não passa de um blefe, um engodo que visa tão somente ganhar tempo e ver como reagem e se desenvolvem as outras pré-candidaturas.

O que de fato pretende o secretário é permanecer à frente da Seagri até o prazo fatal da desincompatibilização, para que assim possa melhor "administrar", tanto a sua como as outras pré-candidaturas, lançando sua esposa apenas para permitir que o governador possa se justificar frente aos "aliados sedentos por cargos" sobre o porque da demora em desocupar a cadeira de secretário.

Não se enganem. O secretário é hoje, por estratégia própria, o único nome viável do PT itabunense e, ladino como ele só, é mais candidato do que nunca, e em assim sendo, quando as "águas de março que fecham o verão" chegarem, este anunciará que será candidato a prefeito em 2008. Isto é, se a "pressão" não for maior e ele se exonerar antes.

*Allah Goes, Advogado Municipalista, Membro da Comissão do Advogado Iniciante da OAB-BA, Especialista em Direito Eleitoral. E-mail allah_goes@hotmail.com

5 comentários:

Anônimo disse...

Eu compreendo que um articulista tenha lado, politicamente falando, e, por isso, pode usar sua coluna ou espaço na mídia para sinalizar seus interesses, suas preferências, nas chamadas entrelinhas. Isso não significa que tenha que recorrer à linguagem sub-liminar, em alguns casos sub-reptícias como gostam muitos de fazer.
Pode-se ser ostensivo na predileção e, por consequência, contestar o adversário; questionar aquele que, por alguma situação ou nalguma circunstância, esteja no caminho do candidato que defendemos. Gerson Menezes, por exemplo, é assim: assume que seu preferido é José Adervan. Tem razões para isso, e as alinhava nos seus artigos. Gerson, coerentemente, "bate" nos demais. Geraldo mais, Capitão Fábio menos, Acácia às vezes. Mas, sabe-se o que Gerson quer e o que defende.
E esse Allah, promissor marqueteiro, advogado entendido das nuanças político-eleitorais de Itabuna? É tão ostensivamente contra Geraldo para ser a favor de quem? A quem serve o "Advogado Municipalista, Membro da Comissão do Advogado Iniciante da OAB-BA, Especialista em Direito Eleitoral"?
Ele responderá, demagógico e certo de que todos acreditarão (porque ele é preparado, "neutro" e muito gente boa), que é o povo o seu patrão; é Itabuna seu interesse e defender a cidade e ajudar a fazer as mudanças o seu mister.
E eu, da minha insignificância, embora sempre vigilante e atento aos fakes do serviço secreto dos contra-Geraldo, digo: ora, ora, ora... me bata uma gemada.

Anônimo disse...

Causa-me surpresa tantas notícias prévias, acusações infundadas, notícias plantadas, tudo girando sobre possibilidades. Como pode uma pessoa dizer tantas palavras com tantos vazios de sentidos? Uma notícia seja ela verossímil ou não, tem que partir de uma fonte segura, ou da pessoa a que se reporta o fato. E pelo que vejo em nenhum destas prerrogativas está basada a informação que é veículada neste blog. Como sabemos a Sra. Juçara Feitosa é uma pessoa de bom senso, equilibrada e mto competente, seja para estar ao lado do marido dando-lhe o suporte familiar ou seja na administração de uma cidade como Itabuna, sei que não lhe faltará desenvoltura e empenho na efetivação de um serviço bem feito. Torço por Juçara, torço por Geraldo e acima de tudo torço mto por uma Itabuna melhor.

A Porta do Reino disse...

O advogado tem razão quando fala da viabilidade eleitoral. Na eleição passada, durante um certo tempo,as pesquisas mostravam que Renato Costa tinha reais chances de disputar o poder municipal. No final, como lhe faltou dinheiro para mostrar volume de publicidade nas ruas, muita gente mudou o voto para Fernando ou Geraldo. Por que isso? Porque a disputa eleitoral virou um Fla-Flu. Saiu-se do terreno da razão, para o da emoção.
Muita gente que pretendia votar em Renato mudou o voto para Geraldo,porque rejeitava Fernando, e temia que votando em Renato,pudesse dar a vitória a Fernando. A mesma coisa aconteceu com relação a quem rejeitava Geraldo.Terminou votando em Fernando. As pessoas esqueceram que Geraldo e Fernando são farinha do mesmo saco. Que um ou outro na prefeitura, não faz a menor diferença. Agora, sem o Fla-Flu, as coisas,realmente podem mudar. As pessoas podem optar por um novo caminho. Qual? Não sei. Mas sei que a maioria está cansada da mesmice.


Gonzalez Pereira

Anônimo disse...

Gerson Menezes ao companheiro geraldista de ferradas:

Caro companheiro;
Por ter o meu nome sido citado com cortezia no seu comentário, dou-me o direito de responder às suas observações:
- Como profissional, amigo de longas datas e cidadão itabunense, assumi a campanha de Adervan;
- Como um observador da política de Itabuna com a qual convivo diretamente desde a minha juventude, faço comentários aqui neste espaço que refuto democrático, apesar de muitos assim não pensarem, e no Jornal Agora, que seguem de forma criteriosa a minha linha de pensamentos.
- Fui, desde o começo da sua atuação política um "geraldista de carterinha", sem nunca ter me beneficiado do poder por ele alcançado merecidamente pela sua tenacidade e luta. Até hoje me considero um amigo de Geraldo, mas nem por isso me permito deixar de criticar o "político Geraldo Simões" - o que sempre fiz pessoalmente - e por isso mesmo era execrado pelos seus ex-amigos e puxa-sacos outros.
- Devo esclarecer que não bato na professora Acácia Pinho. Os comentários que fiz até hoje, referem-se a atuação política dúbia, mal assessorada e ao meu ver perigosa; e dos aliados que arrumou na sua pretensão de vir a ser prefeita de Itabuna.
Estou com Adervan, por tudo o que citei acima e mais ainda, por acreditar que dentre os atuais pré-candidatos a prefeito, é o mais bem preparado e verdadeiramente independente, para no gverno fazer as mudanças das práticas administrativas e políticas que Itabuna e o seu povo tanto reclama. Por tudo isso, menos por dinheiro - que Adervan não tem - que alguns malidicentes tentam me imputar.
Agradeço pelo conceito que me foi atribuído.

Gerson Menezes

Anônimo disse...

Realmente muito coerente e isento esse comentário desse advogado. Fazer análise política tem que ser assim, não agir por emoção, ou por "dor de cotovelo" das viúvas do lalau nariz de pinóquio, etc.
Parabéns, objetivo, suscinto, e o melhor de tudo, super bem informado.