16 janeiro 2008

Preço tabelado, repórter censurado

Vamos contar outra história de jornalista censurado nas telinhas sul-baianas. E é coisa de vinte anos atrás, quando as emissoras ainda engatinhavam, mas a tesoura já era afiada.

Em 1989, o Plano Cruzado (Governo Sarney) já havia feito água, mas os chamados fiscais do Sarney estavam com a corda toda. Havia preços tabelados e a Sunab, órgão que multava os estabelecimentos que remarcavam além da conta.

Pois bem. A TV Santa Cruz escalou o repórter Maurício Maron para acompanhar uma ação dos fiscais. Na operação, foram inspecionadas seis empresas e autuadas quatro. Duas delas clientes da TV.

Para evitar problemas, Maurício telefonou para o chefe de jornalismo da época, Pedro Ivo Bacelar, e este liberou a matéria. Sem restrições.

Repórter na verdadeira essência da palavra, Maurício comemorou o sinal verde e partiu pra cima. Mostrou tudo. A ação dos fiscais, as empresas infratoras, a reação da comunidade...

Mas alegria de repórter ousado dura pouco. Ao chegar à TV e mandar o material para a ilha de edição, Maurício foi chamado pelos superiores. A ordem era a seguinte: a matéria iria pro ar, mas sem as duas empresas clientes.

O repórter esperneou. Disse que desse jeito não editaria a matéria e preferia sair da empresa.
Pouco tempo depois, mesmo sendo líder sindical e gozando de imunidade, Maurício de fato saiu da TV Santa Cruz.

Infelizmente, a censura venceu a ética.

3 comentários:

Anônimo disse...

Fico admirado ao ler que Bacelar foi retaliado por não ter concordado em falar bem dos candidatos apoiados pela empresa que ele fazia parte, até parece que o dito apresentador é alguém com integridade para isso, afinal já falou muito bem do atual prefeito quando este estava em campanha e foi entrevistado por ele.
Ele agora não falou bem de candidato A ou B porque não era interessante para ele, afinal que jornalista é esse que é filiado a partido? Quem é do meio sabe que jornalista que se preze não tem partido ou preferência política. Ele tanto tem pretensões no cenário municipal que foi capa de jornal, dizendo ter se revoltado contra as amarras, contra o "senhor" que durante tanto tempo foi seu ganha pão.
Acorda Itabuna, vem aí mais UM para se vestir de cordeiro e se apossar do herário público...

Anônimo disse...

Jornalista pode, sim, ter partido político. Isso não o impede de ser um bom profissional.

O que determina a qualidade ética de um jornalista é o seu caráter, a sua formação.

Basta!!!

Anônimo disse...

E qual é o caráter e a formação do supracitado apresentador?
Fala sério amigo quem tem bom senso sabe que esse rapaz não passa de um hipócrita que agora que saiu do meio só tem como destino a política porque veículo de comunicação que se preze não vai contratá-lo...