23 janeiro 2008

Cotas: contra ou a favor?

Caro Edgard,

Também sou Bacharel em direito, "formado" pela UESC, e gostaria de felicitá-lo pela monografia. Embora não concorde com a sua posição em relação às cotas, imagino o quanto deve ter sido árduo o seu trabalho. Os parabéns são também porque você tem a coragem de expor suas convicções.

Não gostaria de classificar suas posições como racistas ou preconceituosas, pois elas são antes de tudo a defesa da concepção liberal de sociedade. Centrada no indivíduo e não no coletivo. Sendo assim, nada mais óbvio que você seja contra as cotas. Você acredita que cada um que atinge o sucesso, o consegue fruto do esforço única e exclusivamente pessoal, e que por isso não deve nada a ninguém (salvo seus pais). Quem não o consegue é porque não esforçou-se de forma abnegada para tanto. O meio social, as desigualdades, as explorações, os conflitos de classes, nada disso influi para a consecução ou não do referido sucesso.

Essa é também a concepção de diversos cientistas que conseguem bolsas de pós-graduação no exterior, bancadas pelo estado (leia-se nosso dinheiro), e depois de concluído os estudos, ficam por lá com a desculpa de que o nosso país não investe em pesquisa, sem, contudo, reparar os investimentos que o estado fez nele. E, consequentemente, contribuir para a criação de uma comunidade científica melhor no nosso país. Repito: o sucesso é dele e não deve nada a ninguém.

Creio que é um debate rico que deve ser travado deixando ao lado as paixões, os rótulos e os adjetivos. Pois o nobre bacharel que ora ingressa no mundo jurídico, sabe que o centro da discussão não deve ser pela vertente racial. Devemos avaliar, antes de tudo, é se houve ou não danos causados a uma civilização/nação no passado. Em caso positivo, os danos causados devem ser reparados.

As formas da reparação é que devem ser bem analisadas para não provocar danos ainda maiores. Pois, como se diz no jargão popular, aí "a emenda sai pior que o soneto".

Sem nenhuma ofensa pessoal, há historiadores/cientistas na Europa que afirmam que o holocausto não existiu. E, pasmem!, buscam fundamentar cientificamente essas afirmações.

Diversas vezes, a pesquisa cientifica serve mais para justificar uma concepção/conceito ideológico já pré-concebida, que para construir novos conceitos.

Sugiro que o jovem bacharel busque mais debates com organizações que defendem as cotas, na busca de alternativas menos maniqueístas/dualistas. Precisamos ir além de sermos contra ou a favor.

Saudações sócio-jurídicas;

Senildo Paulino

7 comentários:

Anônimo disse...

Tanta Retórica e nem chegou ao cerne da questão. É a escola pública! Digo mais essas cotas abrem mais uma brecha para Joaquim e sua turma fazer política com a faculdade. É evidente as manipulações na área de mestrado, se demiuçar essas cotas, sei não. Esse é outro cerne amigo, a UESC está sem credibilidade e transparência esse é nosso contexto também. Vai sobrar para nós professores, que já convivemos com turmas heterogêneas quanto ao grau de conhecimento que serve de base para o curso.

Anônimo disse...

Houve discussão, porém com o PCdoB na situação, é impossível ter quelaquer espécie de debate, vira baderna!

Anônimo disse...

Professora, antes de a senhora questionar a qualidade dos alunos que entrarão na Universidade Estadual de Santa Cruz, mediante o processo de cotas, praticamente afirmando que não têm capacidade, a Senhora deveria aprender a escrever!!!!!

Saudações...

Anônimo disse...

Zelão, "Metendo a Colher em Uma Disscusão Estéril (ou seria histérica)?

Caro(também) bacharel Cenildo:

Talvez por ter perdido a oportunidade de ter; dentro do ambito da Universidade, estabelecido a discussão sobre a causa em questão, tal como o fez de maneira corajosa e fundamentada, o seu colega Edgar, vejo-o fazendo agora, mais como oportunismo do que por idealismo, diante dos aplausos recebidos pelo bacharel Edgar.
Se estou errado quanto a avaliação ao seu artigo, peço desculpas. mas se certo estiver, aceite um conselho deste humilde iletrado: - A inveja é uma merda e só elameia a quem nela chafurda.

Anônimo disse...

Caro Senildo, seu Zelão já opinou e faço de sua palavras a minha opinião, pois seu Resenha e seu Zelão , opina em tudo!

Anônimo disse...

Zelão! Vc é um fanfarrão!

Anônimo disse...

"- A inveja é uma merda e só elameia a quem nela chafurda."

Seu fanfarrão, pára de pongar no sucesso (ou insucesso) dos outros.