08 abril 2008

De volta aos tempos das diligências

Gerson Menezes


Sem saudosismo, a lembrança me remete aos velhos filmes do oeste americano, o “bangue-bangue”, em que um cowboy corajoso enfrentava, sozinho, os malfeitores, para defender a honra da mocinha indefesa. Isso, munido apenas de um revólver que nunca acabava a munição.

Ou talvez, as lembranças me levem para bem mais distante, revendo a lenda de Dom Quixote e do seu fiel escudeiro Sancho Pança, a combaterem moinhos de vento.

Se são verdadeiras ou não as palavras e as intenções de Iruman Contreiras, só o tempo dirá. No entanto, a sua entrevista foi uma das melhores e mais lúcidas de tantas quantas foram veiculadas no Pimenta na Muqueca.

Se for coragem ou bravata de Iruman, provocar a discussão acerca da escolha do nome preferido pela militância do candidato a prefeito de Itabuna pelo partido remete ao PT das suas origens, diferente do PT no poder.

Antes, todas as decisões partidárias eram tiradas após longas, cansativas e até exaustivas discussões. E todos tinham voz e vez.

Hoje, só existe um PT, que aos poucos foi se aproximando, copiando e aprimorando os vícios dos partidos que sempre tiveram caciques a determinar para que lado o "rebanho" deveria seguir.

Verdadeiro ou cumprindo apenas o papel de dar legitimidade à imposição do nome de Juçara Feitosa ao pleito, Iruman nos faz lembrar, até com saudades, o PT idílico e até juvenil, filho da democracia que defendia interna e externamente.

Que não temia expor as contradições existentes entre as suas diversas correntes e que oxigenavam a sua militância, fazendo-a crer que era um partido político deveras diferente dos demais.

Não creio que Iruman seja um tolo. Não me permito acreditar que sejam levianas as suas intenções, a ponto de jogar na vala dos comuns a sua histórica militância política dentro do Partido dos Trabalhadores e, até por que não mencionar, a sua vida pública.

Para ganhar ou para perder, Iruman suscitou a discussão democrática no seio do PT de Itabuna. Se prevalecer a “imposição” do secretário Geraldo Simões, será pela aceitação óbvia da maioria petista, dando prova de que, no PT de hoje, a “boquinha” fala mais alto que toda a história do partido.

Gerson Menezes é publicitário

6 comentários:

Anônimo disse...

Gerson você disse no resenha da cidade de Roberto de Souza, que o cap Fábio estaria indo para o pmdb, devido uma jogada de Geraldo para barrar a candidatura de Renato e que você falaria isso na frente do cap., e agora? Como fica a palavra do conceituado analista político?

Anônimo disse...

O PT de Ilhéus deu o exemplo. Estamos um passo à frente, já estamos nos arrumando para colocar o bloco na rua, com Dr. Ruy para vencer.

Anônimo disse...

Martí no camiseiro;


Até tú Gerson!!!!!!!!!!


Qual a história de militancia política que Iruman tem?

Será que esse publicitário e o blogueiro ainda não descobriram o nome de Gilton nessas prévias?

Estou desconfiado que o nosso amigo Gerson quer mudar de candidato.

A Porta do Reino disse...

Gerson,
realmente o PT antigo dá saudades. Naquele tempo já se sabia que era um partido com intenções totalitárias,e isto estava claro no estatuto do partido. Atualmente o PT é híbrido. Hoje, enquanto uma boa parte da militância continua burramente assim, a maioria esmagadora dos dirigentes está mesmo é querendo se locupletar do dinheiro público, utilizando-se da força desses incautos idealistas. Remember Zé Dirceu. Parafraseando um carnavalesco, que disse que "quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta é de luxo", os dirigentes do PT defendem igualdade apenas para a " plebe", eles gostam mesmo - e muito - é de mordomia. Há muito eles seguiram o exemplo do PC do B: esqueçeram a utopia socialista e buscam apenas se dar bem. Atualmente esse pessoal é adepto mesmo, é do caudilhismo corrupto. Lula é o exemplo acabado disso. O inadimplente da palavra apenas segue os passos do seu líder maior. Quanto a Irumam, eu disse prá ele, que a experiência diz, que " se encontrarmos uma tartarua em cima de uma árvore, com certeza alguém a colocou lá".
Até onde sei, Irumam não dá ponto sem nó. Alguma "Emasa" ele está mirando. Ele respondeu que tem as melhores intenções democráticas. Só que de petistas e comunistas bem intencionados o inferno está cheio.
Um abraço,
Gonzalez Pereira

Anônimo disse...

Gerso Menezes, respondendo ao Souza:


Reafirmo o meu pensamento: - No início, o capitão Fábio fazia parte da estratégia de Geraldo Simões, com quem almoçava todas as semanas em Salvador(acompanhado de Rui Porquinho). Geraldo só não contava com as ambições do Ministro Gedel de expandir as suas bases de poder por toda a Bahia.
Agora não dá mais para capitão Fábio recuar. Fábio "está no PMDB", mas, não controla o poder, dentro do PMDB. Entre enfrentar as cobranças do secretário Geraldo Simões, pelo comprimento do trato em particular, teme enfrentar a fúria do Ministro Gedel, que age aos moldes de como agia o falecido ACM.
Nas conversas que tenho mantido com diversos membros de destaque do PMDB local e as informações de pessoas ligadas ao ministro, fica claro que o PMDB não confia no capitão Fábio, e, por isso mesmo o mantém sob irrestrita vigilância.

Anônimo disse...

Parabéns Gerson, o que você falou sobre o capitão Fabio que ele não é confiavél, não podemos duvidar disso nem um pouco. Pois, quando capitão Fabio foi candidato a deputado estadual e eleito, não teve a menor consideração com Duda do Polirodas, foi Duda que contra a vontade de alguns politicos filiou capitão Fabio no PRP, e assim que eleito, sem dar qualquer satisfação tirou o filho de Duda da presidencia do partido e colocou seu irmão Pedrito. Isso que é consideração com quem ajudou.
Capitão Fabio é muito traíra.