10 abril 2008

Tem dengue, sim senhor!

Diante da dificuldade da confirmação laboratorial da dengue, já que as análises são concentradas no Lacen, em Salvador, muitos casos da doença em Itabuna estão sendo diagnosticados, "no chute", como outras enfermidades.

Há pouco mais de uma semana, uma menina de nove anos, moradora do bairro São Lourenço, deu entrada no antigo Ipepi com sintomas de dengue clássica. Posteriormente, seu quadro se agravou e ela foi encaminhada para o Manoel Novais, onde faleceu. Os médicos disseram, sem muita certeza, que ela pode ter contraído infecção por alguma bactéria.

O médico Clóvis Aquino disse hoje, em entrevista ao programa Alerta Total (TV Cabrália), que atendeu dois pacientes em Itabuna, recentemente, com sintomas de "febre hemorrágica", como queda do número de plaquetas. Ambos tiveram que receber transfusão de sangue, um já recebeu alta e o outro está no CTI do Hospital de Base. Tudo indica que foram vítimas do Aedes aegypti.

Duro é ter que aturar a informação da Secretaria Municipal de Saúde, de que houve apenas um caso confirmado de dengue em Itabuna este ano. Se mentira já não presta, quando vem com chancela oficial é mais desastrosa ainda. E, nesse caso, ainda brinca com vidas humanas.

2 comentários:

Anônimo disse...

A EDUCAÇÃO PODE MELHOR COMBATER A DENGUE

A epidemia de dengue no Rio de Janeiro e a proliferação da doença por todos os cantos do Brasil ganharam as capas dos jornais, programas de rádio e muito espaço na televisão, nos últimos dias. Na mesma proporção, propagam-se medidas de prevenção e de combate ao mosquito transmissor. Sinceramente: será que ainda existe alguém que não esteja devidamente informado sobre o assunto? Se é assim, por que o número de casos não pára de crescer?
É fácil entender. Vivemos em um país em que a ordem do dia – todo dia – é “levar vantagem em tudo, certo?” Achamos perfeitamente comum ver pessoas idosas em pé nos coletivos, jogar papéis de bala ou outros tipos de lixo nas ruas. Acreditamos que a solução de problemas como a violência, a pobreza e a falta de moradia pertencem somente ao Estado. Assim as coisas andam. Sempre esperamos que alguém faça a nossa parte e que nunca sejamos atingidos pela nossa própria displicência.
Engano. Colhemos exatamente o que plantamos e, se continuarmos a fingir que o problema da epidemia de dengue não é nossa responsabilidade nem nossa culpa, seremos potenciais pacientes dessa doença.
Recentemente convencei com minha cunhada Bárbara Barros, que reside na Alemanha. Fiquei impressionado quando ele relatou que, assim que os grandes eventos públicos acabam, é praticamente impossível ver lixo jogado no chão. Será que na Alemanha existem campanhas veiculadas na televisão pare evitar a sujeira em lugares públicos? Não. O que existe lá é uma coisa que, acredito eu, um dia teremos – educação.
Não me refiro às salas de aula, onde desde crianças aprendemos o bê-á-bá. Estou falando do berço, dos modos que aprendemos com nossos criadores – sejam eles nossos pais ou não –, dos valores adquiridos na infância e que valerão por toda a vida. Lembro-me da frase de Pitágoras – esse mesmo que você está pensando, do triângulo retângulo: “Educai as crianças e não será preciso punir os homens.”
Porém, se passarmos a educar nossas crianças de maneira adequada hoje, demoraremos aproximadamente 20 anos para começarmos a perceber os reflexos de uma boa educação na sociedade. Proponho, então, uma nova ordem: “Educai os homens, para que eles possam educar as crianças, visando à não punição dos futuros adultos.” É confuso, mas é isso que penso. Não temos educação, não pensamos em fazer algo hoje para vermos os resultados amanhã, não limpamos nosso quintal cheio de criadouros do mosquito da dengue porque achamos que isso não vai nos afetar.
Ao poder público cabe, além de garantir o saneamento básico, a fiscalização. E, na próxima campanha contra a dengue, gostaria que os meios de comunicação só precisassem lembrar às pessoas para ter educação, pois todo mundo já sabe como evitar a proliferação do mosquito. Para pensarem no mal que estão fazendo ao próximo e pararem de pensar em si mesmos. Também espero que todos os leitores deste artigo e do Jornal AGORA, tenham um bom-dia, limpando seus quintais.

Val Cabral – Radialista
Programa Sem Papas na Língua/ Rádio Jornal (560), 14h.
pvitabuna@bol.com.br

Anônimo disse...

Assino embaixo tudo que o Sr. Val Cabral escreveu e reconhecer na frase de Pitágoras a maior das verdades é tender a querer o melhor para a nossa comunidade. Eduquemos sim, àqueles que disto precisam e não culpemos os órgãos públicos que dentro das suas possibilidades e condições fazem o que pode, mas não podemos é fechar os olhos para enxergar a realidade dos acontecimentos e a dengue está na nossa cidade sim, basta que cheguem nos hospitais e busquem sem alarde (ninguém contará para jornalista ou radialista algum, certo?). Por mais que tentem nos esconder que o número de casos está aumentando , não deveriam subestimar qualquer ser humano que aqui reside, mesmo aqueles menos favorecidos e é isto que vem fazendo o senhor Secretário da Saúde: fechando os olhos como se Itabuna estivesse entre as cidades sem caso - E NÃO É VERDADE e ele bem sabe disto.
Vocês da mídia sabem como manipular (no bom sentido, por favor) para recolher informações dos postos e hospitais para obter a confirmação do número de casos que já começam a preocupar a população enquanto vejo pessoas do meio da saúde falando na televisão que a dengue está controlada - não percam tempo Agentes da dengue! Corram nas periferias enquanto os jornais, tenho certeza, estarão cobrando um serviço melhor e incentivando a população para uma atenção redobrada nas suas casas e nos arredores delas.
Que todos os meios de comunicação, principalmente o rádio que chega mais rápido aos ouvidos do povo, dêem sua contribuição e abusem falando do assunto - A CONTRIBUIÇÃO DE VOCÊS AINDA É A MELHOR!
Obrigado,
Uma cidadã que deseja o melhor.