05 abril 2007

Água para todos, Emasa para poucos?

O mundo gira, a lusitana roda e o prefeito Fernando Gomes sempre dá um jeitinho de abrir uma brecha para uma possível participação da iniciativa privada na exploração do sistema de abastecimento de água de Itabuna, levando de lambuja a coleta e tratamento de esgotos.

Trata-se de uma quase obsessão, que volta e meia transforma-se em pedra de toque da administração do prefeito, já em seu quarto mandato à frente do Executivo. Em 2000, ele tentou de todas as formas privatizar a Emasa. Só não obteve êxito por conta da reação de vários segmentos da sociedade organizada. O projeto já estava em tramitação na Câmara de Vereadores e foi retirado às pressas.

Em 2005, tão logo assumiu um novo mandato, Fernando Gomes trocou a palavra privatização pelas Parcerias Público Privadas. No bojo das PPPs, investimentos privados na Emasa. Outra vez, a reação foi negativa e o tema ficou hibernando até que, nas últimas semanas, ressurgiu com toda a força, sob a justificativa de se implantar uma nova barragem para captação de água.

Curioso é que o prefeito fala em carrear recursos junto à iniciativa privada num momento em que o Governo Federal está liberando R$ 20 milhões para a melhoria do sistema de distribuição de água.

Não é mais plausível buscar apoio político e mobilizar lideranças regionais no sentido de obter os recursos necessários para a implantação da barragem?
A resposta é tão óbvia que dispensa maiores comentários.
O problema é que certas obsessões desafiam a lógica, a obviedade.

Diário do Sul, hoje

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