Venda da Emasa começa com audiência de fachada

A Prefeitura de Itabuna vai realizar uma audiência pública pró-forma, na qual será lançado o edital de concessão da Emasa. Ouvir a opinião da comunidade é um procedimento essencial em negócios desse tipo, mas, ao que parece, a consulta popular não vai passar de um engodo, para dar a impressão de que o processo ocorre conforme o figurino.

Não fosse assim, não caberia o lançamento do edital no mesmo dia em que vai acontecer a audiência pública. Se esta serve para respaldar ou não o projeto, por que o documento que convoca empresas interessadas será lançado no mesmo dia, conforme expresso em texto divulgado pela assessoria de imprensa do governo municipal?

A tal audiência está marcada para o dia 27 de abril, em local ainda a ser comunicado pelo prefeito. Um bom lugar para esse debate seria a Câmara de Vereadores, que, aliás, está bem quietinha diante de tema tão polêmico.

Na reunião em que anunciou a venda da Emasa, hoje de manhã, o prefeito disse que tentou privatizá-la em sua gestão anterior, mas que nenhuma empresa se habilitou. Não é bem verdade, já que a transação foi frustrada pela reação popular à tentativa de entregar um patrimônio público pela metade do preço que ele estava avaliado.

Agora, o prefeito disse que deseja o acompanhamento do Ministério Público em todo o processo e quer a "maior transparência possível". Tomara que essa afirmação não seja tão de fachada como será a audiência do dia 27!