26 outubro 2006

Até Val Cabral aderiu

O poder é realmente afrodisíaco, já disse um velho e hoje broxado político baiano. Afrodisíaco e atraente, completaria este blogueiro, que observa de longe o mosqueiro em torno de Lula, que caminha para mais quatro anos no Palácio do Planalto.

No sul da Bahia, prefeitos dos mais diversos partidos - alguns carlistas, mas sempre adesistas - colam em Lula e Wagner. Muita gente já atirou na lata do lixo aquele retrato do cabeça branca que estava pendurado na parede. São outros tempos.

Um exemplo das mudanças está em Itabuna, onde o prefeito Fernando Gomes se esforça para coordenar uma esfarrapada estratégia para que, pelo menos em seus domínios, Alckmin tenha mais votos que Lula. Tendo à frente a ex-toda-poderosa Maria Alice Pereira, as articulações não encontram apoio nem sob os bigodes do alcaide.

Membros do primeiro escalão e fernandistas de primeira ou de última hora não se entusiasmam com a campanha de Alckmin. Nesse último time, destaque para Ricardo Xavier (PMDB), que comanda a Secretaria de Esportes e tem promovido reuniões em prol de Lula.

Outro é Val Cabral, coordenador do Centro de Referência no Controle das DST / Aids, aquele que já foi geraldista, depois brigou por não ter obtido o quinhão desejado na partilha da "viúva" e caiu nos braços de Fernando Gomes, a quem antes chamava de bandido e assassino.

Quem não se lembra de Val, nas caminhadas de Geraldo Simões, durante a campanha eleitoral de 2000, carregando um retrato gigante do jornalista Manoel Leal? Uma clara referência ao crime de que foi vítima o dono de A Região, que tinha entre os suspeitos o candidato adversário de Geraldo.

Agora, Val tem sido visto andando nas ruas de Itabuna com adesivo de Lula no peito. É a mais nova fase do camaleão. Sabe Deus qual será a próxima.

Em tempo: Val Cabral e Ricardo Xavier tem mais em comum. Ambos estão na Prefeitura por indicação de Renato Costa, que lançou uma candidatura inviável em 2004, ajudando a eleger Fernando Gomes. Tido como ético, Renato não quis entrar na administração municipal (com medo de sujar a imagem), mas garantiu os seus pupilos no governo.

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