PT cresce no Nordeste e rivaliza poder com o PFL
O PT e seus aliados de esquerda sempre amargaram um medíocre desempenho eleitoral no Nordeste. Em 2002, mesmo com Lula vencendo a eleição para presidente da República, o fiasco na região só não foi total graças à vitória de Wellington Dias para o governo do Piauí. Desde a proclamação da República, o poder na região é exercido pelos chamados coronéis – pessoas com dinheiro e influência que sempre conduziram o processo político de acordo com suas conveniências. Essa antiga máquina de produzir votos, que nas últimas três décadas esteve a serviço de partidos como PFL e PMDB, está mudando de cara. Dos cinco governadores nordestinos eleitos no primeiro turno, três são petistas: Jaques Wagner, da Bahia, Wellington Dias, do Piauí, e Marcelo Déda, de Sergipe.
O governador eleito do Ceará, Cid Gomes, irmão do ex-ministro Ciro Gomes, é do PSB e tem um petista como vice. Em dois dos quatro estados onde haverá segundo turno, os candidatos apoiados pelo PT estão liderando as pesquisas: Eduardo Campos, em Pernambuco, e Wilma de Faria, no Rio Grande do Norte, ambos do PSB. Pela primeira vez na história, o PT e seus aliados tiveram mais votos no Nordeste do que os caciques tradicionais. Esses resultados poderiam ser comemorados como a correção de um vergonhoso defeito da democracia brasileira – o da compra de votos. Infelizmente, não é bem assim.
O cientista político Michel Zaidan, professor da Universidade Federal de Pernambuco, vê uma ligeira semelhança entre os métodos dos velhos coronéis e as táticas eleitorais dos petistas, mas, segundo ele, não se pode falar em simples substituição de papéis. "Há uma nova geração de políticos do Nordeste, que tem dado mostras de saber administrar bem, que vem substituindo a geração antiga. Essa geração tem uma mentalidade diferente, não é concentradora nem autoritária. Em colégios eleitorais grandes, principalmente nas capitais, esse perfil faz diferença", afirma.
Trecho de matéria da Veja. Para ler na íntegra, clique no título desta nota.
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