Privatização é rejeitada por 70% do eleitorado
César Felício
Ao conseguir associar o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, com o tema das privatizações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acionou uma das chaves que explicam o seu favoritismo durante o segundo turno: a venda de estatais é uma ação repudiada pela grande maioria da população.
Segundo a pesquisa Ipespe/Valor, realizada no dia 24 com 1 mil entrevistas telefônicas e margem de erro de 3,2 pontos percentuais, 70% dos pesquisados se disseram contra a privatização das grandes empresas públicas. A pesquisa citava especificamente três empresas: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Petrobras. Apenas 18% se posicionaram de forma favorável à venda.
Este percentual se repete mesmo entre os eleitores que se declaram partidários de Geraldo Alckmin. A identificação pelo eleitorado do tucano com o assunto é clara. Dos pesquisados, 49% ligam Alckmin com o assunto, ante 27% que relacionam Lula com o tema.
A avaliação das privatizações realizadas no passado, concentradas principalmente no governo Fernando Henrique, é ruim: 45% dizem que as privatizações foram mais negativas e 33%, mais positivas para o Brasil. Mesmo os eleitores de Alckmin não se colocam de forma clara em defesa das privatizações já feitas: 37% as classificam como negativas e 36% como positivas.
"A privatização virou a cara do Alckmin, em um caso bem sucedido de campanha negativa por parte do PT, o que desmente a tese de que uma campanha de ataque diminui a chance de se ganhar a eleição", afirma o presidente do Conselho Científico do Ipespe, Antonio Lavareda.
A oposição à privatização e a identificação de Alckmin com este tema não só alavancam a dianteira de Lula como colaboram para que o eleitorado avalie de forma mais favorável a administração do presidente. O percentual de entrevistados que considera o governo bom ou ótimo pulou de 43% para 55% em um mês e aqueles que vêem o governo Lula como melhor que o de Fernando Henrique Cardoso já somam 65%. Lula conta com 53% de intenções de voto, ante 36% de Geraldo Alckmin.
Para ler a íntegra da matéria do jornal Valor Econômico, clique no título desta nota.
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