Tucano Reinaldo Azevedo, avisa: ACABOU
"O Datafolha, o passado e o futuro
Acabou. Eu já estou pensando no que eles chamam “tapetão”. Continuarei a brigar por aquilo que eles apelidaram de “terceiro turno” — que nada mais é do que o triunfo da legalidade. Sim, o voto em Alckmin, agora, é uma manifestação de resistência. Já escrevi alguns textos sobre Quixote e tenho simpatia pela personagem. Mas, em política, o quixotismo colabora com o inimigo.
É claro que não dá mais. Segundo o Datafolha, cujo levantamento foi feito ontem e hoje, Lula oscilou de 57% para 58%, e Alckmin, de 38% para 37%. Nos votos válidos, Lula cresce um ponto, e Alckmin cai um. A diferença, que era de 20 pontos no Datafolha, agora está em 22. É o número que o Vox Pupuli apontava na semana passada. No caso do Ibope, já são 24. Digamos que a diferença seja a metade: 10 ou 11 pontos. Ainda assim, não dá mais.
Acabei de ver o horário eleitoral de Lula. Não há qualquer receio de mentir. Lula exaltou o presídio de Catanduvas, o único que construiu, ainda com vagas ociosas. Diz que está recebendo presos do Brasil inteiro, menos de São Paulo. O Estado não tem carência de vagas de segurança máxima. Mas e daí? Em seguida, veio o horário de Alckmin. Infelizmente, é uma campanha para prefeito. Estava errada desde o começo. Agora, está errática. Mas essa crítica já é irrelevante. Já foi.
É hora de começar a pensar em por que chegamos aqui. No dia 14 de dezembro de 2005, José Serra tinha 36% das intenções de voto no primeiro turno; Lula, 29%. Consultem o Datafolha. Quando a simulação era feita com Alckmin, o petista alcançava 43%, e o então governador, 17%. Quando estes números foram divulgados, sugiro a vocês que façam uma pesquisa para saber qual era a reação de tucanos como Aécio Neves, Tasso Jereissati e o próprio Alckmin. Em outubro do ano passado, eu ainda era articulita do Globo e observei que o PSDB deveria ser o único partido do mundo que desqualificava pesquisas em que estava na frente. Mas vou deixar esse debate para mais tarde. Estou apenas chamando a atenção dos leitores para o fato de que a história, embora não seja um jogo absolutamente lógico, cobra o preço de todos os erros.
Uma das teses que vigoraram entre setores do tucanato nestes dez meses é que o eleitor faz a sua escolha só na última hora. É mentira. Outra é que não se devia confundir "escolha" com "recall". Besteira! Quem renuncia a um candidato que tem o dobro dos votos para escolher aquele que tem a metade paga um preço. Ademais, digamos que Serra tivesse imposto a sua candidatura em 2002, tivesse batido chapa. Teria tido o apoio dos então governadores de São Paulo e Minas? Não! Lula não ganhou a eleição de 2006. O PSDB é que perdeu.
Vamos ver o que o partido fará com isso. Os que repudiam o lulismo terão de exigir a fatura de quem optou pelo erro. Contra todas as evidências."
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