16 abril 2007

A história da sujeira

Quando a esquadra de Pedro Álvares Cabral desembarcou na Bahia, no longínquo ano de 1500, o Brasil descobriu a sujeira - de um lado, portugueses barbudos, imundos, com doenças generalizadas; do outro, índios pelados, depilados, exibindo dentes alvos, cabelos bem lavados, troncos, pernas e braços musculosos. O gritante contraste era justificável, pois, se os europeus costumavam lavar-se de corpo inteiro apenas duas vezes por ano, os nativos banhavam-se de 10 a 12 vezes por dia.

Essa é uma das infinitas curiosidades apresentadas em Passado a Limpo - História da Higiene Pessoal no Brasil, livro fartamente ilustrado que o jornalista e historiador Eduardo Bueno lança hoje, a partir das 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Especializado em transformar assuntos antropológicos em adoráveis passeios pela história social dos homens (brasileiros em particular), Peninha, como é conhecido, mostra como o domínio da limpeza e da sujeira constituem práticas culturais.

Estadão, hoje

Nenhum comentário: