Um dia após!
Gerson Menezes
publixcriativo@hotmail.com
Fiz, aqui mesmo neste espaço, comentários acerca do “infortúnio” que se abateu mais uma vez sobre os brasileiros com a revelação de mais um caso de corrupção - mais um dentre os tantos - envolvendo figuras ilustres da nossa vida pública. Confesso que o fiz movido pela indignação primeira que me atingiu, assim como deve também ter atingido aos milhões de brasileiros. No entanto, passado o momento da raiva, a sensatez, esta que é a melhor das conselheiras, me fez refletir sem hipocrisia:
Onde pode nos levar tudo isto? E se está hecatombe continuar o que irá sobrar da nossa jovem e frágil democracia? Quem irá nos governar depois do “Day Affter”? Não seria tolice pensarmos que a Guatama e Zuleido Veras, são os maiores corruptores deste país no ramo das construtoras e dos que defendem outros interesses?
Imaginemos então que, afundados na lama, premidos pela necessidade básica da preservação e estimulados pelo instituto da delação premiada, s acusados de agora comecem a dar com as línguas nos dentes e a apontarem o dedo para outras direções?
Sejamos sensatos. As nossas instituições podem ruir de uma vez. Vai que daí surja um “moralizador” que com o beneplácito do povo espoliado e sofrido instale um governo autoritário, dissolvendo o Congresso Nacional, a Suprema Corte e promulgue leis de exceção que acabem com os direitos individuais... não seria bem pior?
Afinal, a história nacional nos seus mais de quinhentos anos nos ensinou a conviver com tudo o que aí está – o povo aceita e aplaude a quem rouba, mas faz. Parece que o hoje se lê na imprensa e ouvimos nas telas das televisões, é apenas um “replay” dos velhos filmes estrelado por Jonh Wayne, no começo da sua carreira – só mudam os títulos dos velhos e bolorentos filmes – o enredo, bandidos e mocinhos, parecem ser os mesmos. Mas, apesar de tudo, não somos um povo feliz? Por que, então, corrermos extremo risco, no afã da busca deste sonho utópico de moralização da vida nacional?
Não vejo ser este o momento adequado; não teremos copa do mundo de futebol este ano para desviar as atenções e, até mesmo o PAN, já está sob suspeição. Não devemos tocar fogo no circo só para ver uma meia dúzia de palhaços serem queimados.
Melhor é torcermos para que tudo acabe na costumeira “pizza” ou talvez quem saiba em mais um célebre churrasco na Granja do Torto (nome sugestivo), pago por um consórcio de empreiteiras. Quem sabe daqui a mais um século as coisas não se arrumem naturalmente? Não esqueçam que Deus é brasileiro. E, como dizem os crentes, "a justiça divina tarda, mas não falta".
Gerson Menezes é publicitário
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