30 março 2008

Analista diz que PAC do Cacau já passou da hora

Ele analisa o mercado de cacau há mais de 40 anos. Thomas Hartmann diz que há uma ansiedade em torno do PAC do CAcau, o programa de desenvolvimento da lavoura sul-baiana que prevê a aplicação de, pelo menos, R$ 2,3 bilhões.

Os recursos seriam aplicados no rebate da dívida, diversificação agrícola e desenvolvimento da matriz econômica da região. Como já antecipou este blog, o programa será lançado neste mês de abril, provavelmente na sede regional da Ceplac, na rodovia Ilhéus-Itabuna. Abaixo, trechos da entrevista de Hartmann ao A Tarde.

A TARDE - Qual a expectativa dos produtores, em relação ao PAC do Cacau?
THOMAS HARTMANN - Toda lavoura de cacau está esperando ansiosamente por este famoso PAC do Cacau, que foi prometido sair a primeira vez em setembro do ano passado, foi adiado para dezembro e depois para janeiro, e, agora, pelas últimas notícias, sairá antes do fim do mês. Vamos ver, pois realmente já está na hora. A cacauicultura precisa muito de uma injeção de recursos para poder se recuperar.

Ela está totalmente descapitalizada.

AT| E este é o desafio atual da cacauicultura? A descapitalização?
TH | Neste momento, é o principal problema, conseqüência de anos e anos de perdas nas suas receitas, provocadas pela queda da sua produção causada pela vassourade-bruxa, que recentemente calculei em R$ 11 bilhões, e os erros introduzidos e induzidos pelo governo pelas orientações técnicas iniciais erradas do Programa de Recuperação da Lavoura. Atualmente, já se tem toda metodologia, todos os procedimentos necessários para recuperar a lavoura do cacau.

AT | Como esta questão deveria ser tratada?
TH | O cacau merece ser tratado de maneira especial pois é um caso especial. Infelizmente, a julgar pelas últimas notícias que têm chegado de Brasília, o governo federal parece que está insensível a esses fatos e pretende impor regras para a repactuação da dívida da lavoura cacaueira que, além de injustificáveis moral e materialmente, seriam inaceitáveis por estarem muito além da capacidade de pagamento dos produtores endividados.

Segundo soube, as soluções propostas pelo nosso governo da Bahia são muito mais sensatas e exeqüíveis, e a bancada da Bahia no Congresso Nacional precisa movimentar-se com energia para que sejam acatadas.

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