Estará FHC gagá ou tentando fazer figuração?
Luiz Conceição*
Os sites das principais agências de notícias trazem, nesta sexta-feira, 6, a informação de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vê risco tanto para o presidente Lula, candidato à reeleição, quanto para o seu oponente, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nos debates televisivos previstos para antes do dia 29, data reservada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o segundo turno.
A seu ver, o primeiro pode dizer coisas que não são corretas, já que confundiria dados pela ânsia de comparar a atual gestão com a sua. O segundo, correria risco por não ser incisivo e, em dado momento da discussão, se outro ultrapassar os limites, teria que pará-lo, ser firme. Ora, como diria aquele radialista: “Me bata uma garapa de limão balão...”
Por estar distante da disputa eleitoral, entre PT e PSDB, Fernando Henrique Cardoso faria um bom gesto se ficasse calado. Primeiro, pela deselegância com o presidente. Depois, por expor seu correligionário de partido considerando-o fraco, insosso, insípido, ou “picolé de chuchu”. Além disso, ninguém deseja ouvir sua choradeira à falta de holofotes.
Na mesma notícia, no site da BBC Brasil, o ex-presidente se diz favorável à reeleição, mas aconselha a que se altere o sistema, para aperfeiçoá-lo. Mas nada acrescenta ao que se discute em meios acadêmicos, entre políticos e pessoas do povo que desejam ver o sistema eleitoral e a democracia imunes a riscos.
Mas o melhor veio no final da notícia: FHC critica a proposta de concertação feita pelo ministro Tarso Genro, que há dias revelou o desejo do presidente Lula de reunir os ex-presidentes da República para uma conversa política em favor do Brasil. Para FFHH, que não teria demonstrado empolgação, isso deveria acontecer se em jogo estivesse o interesse nacional.
Mas, já que não há crise institucional no País, não vai haver. Para ele, tais idéias surgiriam apenas nos momentos de dificuldades. E questiona: “Por que não foi feito isso em 2003, depois da transição democrática tão suave que nós fizemos? Agora é tarde”, encerrou.
Além de ter pedido para que não se recordasse o que escreveu ao longo de sua carreira acadêmica e política, FFHH parece que também deseja que não se leia, ouça ou veja o que diz. Com sua avançada idade, o ex-presidente não deve ter lido o artigo “As Premissas da Concertação”, publicado em 29 de setembro de 2003 pelo agora ministro das Relações Internacionais Tarso Genro, com repercussões na imprensa nacional.
Estará FHC gagá ou tentando fazer figuração em uma arena aonde não foi novamente chamado?
*Repórter
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