A imagem da derrota
O senador ACM não quis comentar o resultado das eleições na Bahia. Nem precisou. A imagem diz tudo sobre o sentimento do homem que comandou o Estado com mão de ferro durante 16 anos.
ACM sempre impôs a sua política e jamais respeitou aliados. Estes eram, na verdade, tratados mais como lacaios a serviço do comandante. Seus chutes nas canelas dos comandados tornaram-se famosos, assim como as reuniões convocadas para, única e exclusivamente, serem expressadas as diretrizes do chefe. Sem direito a opiniões alheias, muito menos discordâncias.
Politicamente, ACM vem minguando. Nos últimos anos, o estilo malvadeza causou uma saturação em seu próprio grupo e o velho senador ficou meio dependente do carisma do governador Paulo Souto. Não faltaram os rumores de um rompimento entre os dois, assim como ganharam notoriedade as brigas internas e as disputas em eleições municipais, onde ACM e Souto tinham candidatos diferentes.
Mas, nas eleições deste domingo, a derrota não foi tanto de Paulo Souto. Foi de ACM e do modelo político que impôs à Bahia. Morreu, senão o último, pelo menos o mais evidente sistema coronelista ainda existente no País. Mesmo sem saber o que o futuro lhes reserva, os baianos sentem que o ar está bem mais leve.
Ficou mais gostoso respirar na Bahia.
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