25 março 2007

O recálculo do PIB e as cassandras

"Ninguém contesta o valor técnico da mudança na fórmula de cálculo do PIB, a primeira desde 1997. De acordo com os especialistas, mesmo os críticos implacáveis do governo, não se trata de uma medida apenas cosmética para dourar os números da economia. A mudança começou a ser preparada há cinco anos, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso. Ela segue o exemplo de mudanças recentes feitas em países como Estados Unidos, China, Espanha e Austrália. A principal alteração envolve o peso dos diferentes setores no PIB. A velha fórmula deixava de captar o avanço do setor de serviços, estimulado pelo crescimento do processo de terceirização promovido pelas grandes empresas. Agora, o setor de serviços ganhou importância. O consumo familiar, também.

A indústria e a agropecuária perderam. A construção civil, idem. Os dados da economia informal passarão a ser explicitados a cada ano, com base numa pesquisa detalhada. O IBGE também vai discriminar as informações da agricultura e da pecuária. Ainda vão entrar na conta as informações da declaração de Imposto de Renda das empresas e a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF). "Independentemente do que a nova fórmula mostra, ela é melhor que a outra", diz o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, sócio da Quest Investimentos, de São Paulo, ligado ao PSDB. "O IBGE é uma instituição séria, que sabe o que faz."

O trecho acima é de reportagem didática da revista Época, e explica os novos mecanismos de apuração das riquezas produzidas pelo País. Mas existem aqueles que vêem fantasmas em tudo e contestam os novos números. Acreditam ser uma mágica do governo central e uma 'armação' do IBGE. Dentre estes seres atávicos, está o senador baiano César Borges. Porém, a esta lista se soma boa gente que pensa que sabe de tudo.

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