22 março 2007

Preservar os mananciais e a Mata Atlântica

Jorge Barbosa

Depois de centenas de anos de agressão e utilização irracional dos recursos naturais, agravados pelo crescimento populacional e a sociedade industrial capitalista, o tema meio ambiente finalmente é tratado com o interesse merecido - muito embora haja ainda grande hipocrisia nos discursos empresariais e governamentais.

Prova disso é que não há uma resolução firme pela manutenção do que resta das vegetações nativas em todo o mundo, a Amazônia continua a definhar e, pasmem, o governo brasileiro comemora a redução do ritmo de desmatamento. O correto e racional seria deter completamente a destruição da floresta amazônica, bem como de outras vegetações nativas.

Em nossa região existem inúmeras nascentes de córregos, ribeirões, lagoas e rios que dependem da cobertura da mata para manterem o fluxo, o que deve ser considerado uma grande riqueza. Porém, este tesouro está ameaçado pelo desmatamento que vai no sentido de substituir o cacau pelo gado e o café, além da nova ameaça verde, o eucalipto.

Porém, o que quero mais chamar a atenção é a respeito dos dejetos que, através de esgotos sem nenhum tratamento, são lançados diariamente nos rios da região. Outra fonte de poluição gravíssima, e que certamente tem afetado os lençóis freáticos e contaminados inúmeros cursos d’água, são os lixões e aterros sanitários, que, sem dúvida, ocorrem em lugares inapropriados e sem nenhuma avaliação técnica.

Neste sentido, se queremos manter e preservar nossas fontes de água, necessitamos tratar como prioridade o reflorestamento das nascentes e das matas ciliares, o combate eficaz a todo e qualquer desmatamento, o saneamento básico e o tratamento dos esgotos e o incentivo à criação de usinas de reciclagem e tratamento do lixo.

Para execução de tais medidas, é necessário uma ação coordenada dos governos federal e estadual, além do consórcio dos municípios da região, bem como da assessoria técnica da UESC e da CEPLAC, sem falar da parceria com o setor privado.

Sem estas medidas, a curto e médio prazo estaremos abrindo mão de um grande patrimônio natural.

Todo dia bebemos água. Todo dia é dia da ÁGUA!

Jorge Barbosa é presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna

Um comentário:

Anônimo disse...

Valeu, Barbosa. Precisamos discutir intensamente sobre o aproveitamento racional dos nossos recursos hídricos. Enfim, passou da hora de respeitarmos o meio ambiente.