09 maio 2007

O que nos traz o visitante?

Gerson Menezes
publixcriativo@hotmail.com

Manda a boa etiqueta que ao visitarmos alguém, por mais amigo que nos seja, é de bom alvitre que levemos algo com que possamos presenteá-la. Mesmo que levemos a ela só boas notícias. A propósito, o Papa Bento XVI chega esta semana ao Brasil. O que nos trará Sua Santidade?

Na condição de Chefe de Estado do Vaticano, o Sumo Pontífice assim será recebido. Manterá encontros, assinará acordos de intenções e de colaborações com nossas autoridades governantes. Como representante maior da Igreja do Cristo, falará ao seu rebanho e por ele será escutado acerca dos dogmas da Igreja Católica Apostólica Romana, pedindo a renovação dos votos de fé. Presidirá o Conclave dos Bispos da América Latina e do Caribe, e, aos príncipes da igreja, anunciará as “boas novas” do seu papado.

Na condição de líder do “maior rebanho católico”, o que será que Sua Santidade nos trará: anunciará o advindo de uma igreja mais tolerante e menos inquisitiva? Anunciará o fim do celibato obrigatório para os padres, como forma de reconhecimento do Sacramento do Casamento? Permitirá às mulheres o pleno exercício da celebração e da comunhão? Discutirá com tolerância os conceitos da “Igreja dos Pobres”, apregoada pelo nosso clérigo progressista? Revogará o seu “ato discriminatório”, proibitivo à consagração eclesiástica aos homossexuais?

Seria magnânimo se o Santo Padre, em um gesto de humildade e reconhecimento, se prostrasse por terra de joelhos e pedisse perdão aos nossos milhões de indígenas e negros, que em nome da fé cristã, através da catequese, foram escravizados e mortos. Esse gesto de arrependimento, por si só, já bastaria para justificar a presença do Papa entre nós.

Mas se Bento XVI, o homem eleito Papa, nos vem como disciplinador da igreja, cobrando e exigindo o cumprimento fiel dos dogmas emanados das Encíclicas que foram editadas, por certo, a visita de Sua Santidade, O Papa, após a sua volta a Roma, nada deixará incrustada na alma dos católicos brasileiros, e quiçá latino-americanos, que se justifique como verdadeiro apelo à renovação da fé.

Gerson Menezes é publicitário

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