07 maio 2007

A roupa certa!

Gerson Menezes
publixcriativo@hotmail.com

Ouvi por muito tempo a expressão "A roupa não faz o homem". Até que um dia, ao entrar em um atelier de roupas masculinas, li em uma placa na parede: - A roupa não faz o homem... mas apresenta-o. Nasceu daí minha dúvida. Se, em confronto com aquela outra expressão “a primeira impressão é a que fica”, justo é também entender que o homem deve se apresentar bem vestido para causar boa impressão logo à primeira vista.


Em verdade, o que quero mesmo abordar são os fatos recém-investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, envolvendo o crime organizado e suas ramificações que apontam para o envolvimento de membros ilustres do judiciário brasileiro. E, a cada dia que se aprofundam as investigações, mais e mais membros desse que, em qualquer democracia, é um dos pilares de sua sustentação, se revelam mais promíscuas.

Sabemos que assim como em todo e qualquer setor da sociedade existem aqueles que se deixam seduzir pelos encantos da corrupção, que proporciona lucros fáceis. Todavia, há de se supor que, sob as “vetustas togas” que vestem e distinguem um magistrado, há também de existir um comportamento ético, digamos, no mínimo compatível com a imagem com que se apresentam diante dos olhos do povo e dos seus pares.

Mais perplexo fico ao saber, de antemão, que, para esses magistrados que burlam a lei, mesmo depois de provados os seus crimes ou transgressões, as penas são as mais brandas. Exclusivas para eles, como se a corroborar a impressão de que existem realmente aqueles que se situam acima da lei. A aposentadoria compulsória com as garantias de vencimentos nos faz supor uma grande piada legal.

Penso que um servidor público de qualquer uma das esferas administrativas do Estado deveria ser punido em dobro quando pego cometendo delito. Se a ninguém é dado o desconhecimento da lei (princípio legal aplicado a todos os cidadãos), o pressuposto deveria ser o de rigor máximo aos que deveriam segui-la ou aplicá-la.

Retomo o pensamento inicial para propor aos magistrados que verdadeiramente cumprem com zelo e ética as suas funções, aos parlamentares que elaboram as leis e aos demais setores da sociedade que busquem encontrar medidas que punam com rigor os que desrespeitem as leis. Que, antes de tudo, “vistam com pele de lobo”, e não de cordeiro, os que assumem os riscos e se beneficiam das vantagens advindas da conduta criminosa.

A impunidade é a mãe de todos os delitos. Quando o exemplo de impunidade advém das mais altas esferas da vida de uma nação, o que pode se esperar é que ela se prolifere por todo o tecido social, tal qual uma praga.

Gerson Menezes é publicitário

Um comentário:

Anônimo disse...

só faltou revisar o texto... é maldade demais com o leitor.