23 março 2008

Causo da carochinha

Zelão na domingueira

Como parte do velho anedotário político brasileiro, conta-se a seguinte história:

Tancredo Neves, jovem advogado na sua primeira campanha política, candidato a deputado estadual em Minas Gerais, viajou pelo interior para visitar alguns coronéis, amigos do seu pai.

Viajou o dia todo por estradas empoeiradas e chegou, à tardinha, na primeira fazenda, junto com o seu secretário. O coronel, velho amigo do seu pai, o esperava de pé na varanda da casa.

Conversaram muito durante o jantar, mas em nenhum momento Tancredo viu a oportunidade de pedir o apoio do coronel. Preferiu deixar para o café da manhã, no outro dia.

O café foi servido bem cedinho, e nada do coronel perguntar a Tancredo qual era mesmo o motivo da sua viagem. Chegou a hora das despedidas e Tancredo não agüentou mais e disparou:

- Coronel, o senhor é amigo do meu pai e foi ele quem mandou que viesse visitá-lo. E, em nome da velha amizade, vim pedir o seu apoio à minha candidatura a deputado.

O Coronel não demonstrou a mínima surpresa, como se já soubesse o que Tancredo fora fazer ali. Olhando para o jovem, por entre a fumaça do charuto, disse:

- Meu jovem, eu não voto em pobre.

Tancredo, entre surpreso e ofendido, perguntou:

- Mas qual é o motivo disso, coronel? O senhor por acaso é contra a honestidade na política?.

Ao que o coronel retrucou:

- Meu jovem, eu sei que nenhum político é honesto. Porém, os piores são os políticos pobres, por que; ao chegarem ao poder, roubam mais que os que já são ricos para ficarem iguais a esses.

Qualquer “dessemelhança” com a realidade política do PT no governo não é mera ficção.

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