Lula, o poste e Gaspari
Elio Gaspari
POSTE GANHA ELEIÇÃO, TUDO DEPENDE DO DONO
Contribuição para o debate da "teoria do poste", segundo a qual Nosso Guia não conseguirá converter sua força eleitoral em votos para outro candidato.
O grande poste foi o general Henrique Lott, apoiado pelo governo na eleição de 1955 e derrotado pelo oposicionista Jânio Quadros. A comparação é trapaceira. Juscelino Kubitschek não jogou seu destino político na eleição de Lott. JK comprou o poste, mas não o carregou.
À falta de bom precedente em eleição presidencial, nos Estados e nos municípios o poste tem outra cara.
Em São Paulo, os governadores Adhemar de Barros (1950), Jânio Quadros (1958) e Orestes Quércia (1966) elegeram os postes Lucas Garcez, Carvalho Pinto e Luiz Antonio Fleury. Em 1996, Cesar Maia elegeu Luiz Paulo Conde para a Prefeitura do Rio e Paulo Maluf colocou Celso Pitta na de São Paulo.
Na Bahia, ACM elegeu três postes (João Durval, Paulo Souto e César Borges), mas perdeu duas eleições, uma para Waldir Pires e outra para Jaques Wagner.
A probabilidade de vitória do poste está diretamente relacionada com o interesse do pajé na sua eleição. É aí que mora a dúvida. Lula carregará o poste, ou fará como JK?
Elio Gaspar, Folha de São Paulo
Um comentário:
Geraldo Simões também teve seu poste Renato Costa. É claro que não jogou pra valer. Fazer sucessor nunca foi bom para quem quer construir carreira política. Seus candidatos são só pq não tem outro jeito mesmo.
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