09 março 2008

A paz, a fome e a corrupção

Ricardo Ribeiro*

O repentista Bule-Bule participou do lançamento do projeto Territórios da Cidadania, criado pelo Governo Federal com o objetivo de vitaminar diversos programa sociais. Somente para a Bahia, está previsto mais de R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 362,3 milhões para o sul do Estado.

Em sua genialidade, Bule-Bule produziu o seguinte verso: “a paz não entra na casa onde a fome mora”. Lembrei-me na hora de um velho ditado popular, muito repetido pelo amigo Daniel Thame, que diz “em casa onde falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão”.

O Brasil comemorou recentemente o superávit em suas contas externas, com o país pela primeira vez passando a ter mais recursos do que o volume de suas dívidas. Quando o governo comemorava o feito, Cristóvam Buarque subiu à tribuna do Senado para cobrar que a nação também pagasse a enorme dívida que tem com os brasileiros excluídos.

Buarque falava das pessoas que vivem em barracos de três metros quadrados, onde comem (quando tem), dormem e defecam. Lula também sabe da existência desses indivíduos, desprovidos dos mais elementares direitos. Na verdade, todos sabem onde eles vivem (ou sobrevivem) e do que precisam.

E está aí o projeto Territórios da Cidadania, mais uma tentativa oficial de combater um mal há muito conhecido e diagnosticado. Enquanto isso, o noticiário denuncia que a Fundação Nacional de Saúde possui convênio com 52 ONGs e na esmagadora maioria o objetivo é roubar (desviar uma pinóia) dinheiro público. Apenas uma das ONGs surrupiou mais de R$ 38 milhões, com o beneplácito de gente incrustada no governo.

Para que a paz entre na casa de tantas famílias brasileiras, caro Bule-Bule, é preciso que a sociedade acorde, fiscalize e cobre a realização prática dos projetos fartos de boa vontade dos governos. Aliás, fartos estamos todos nós de vermos os territórios da cidadania serem sempre invadidos, ocupados e assaltados pelos bárbaros da corrupção.

* Advogado e jornalista

2 comentários:

Anônimo disse...

Martí aproveitndo antes que acabe;

O 4º mosqueteiro, o Marcel Leal ataca.

Querendo garantir as despesas não pagas e as ainda a pagar:

Fogo no mato
Moradores dos bairros estão imprimindo espontaneamente adesivos e camisetas de Juçara em Itabuna. O movimento, que cresce a cada dia, já assusta o suficiente para soltarem boatos maldosos.


Essa é a Tsunami Lealista.

A onda, deve ser de ecxtase....


abre o olho de binóculo ou sem binóculo gaguinho, vc vai perder o posto, afinal vc não é dono de jornal, só eterno caçupeleta de poderosos.

Anônimo disse...

Zelão, Pro Doutor Ricardo:


Se minha vó estivesse viva diria: - "Beleza até na casa de Creuza".

Do início ao fim este comentário é pertinente e lógico. nesse artigo, você consegue definir de um lado a realidade da miséria e de outro, a infecção da corrupção que corrói o tecido social brasileiro.
Só não vai agradar a muita gente.