30 agosto 2006

Bomba: Fernando quer entregar o Hospital de Base ao Governo do Estado

A idéia é polêmica e se sair do papel fará desmoronar uma das promessas de campanha do prefeito Fernando Gomes. Com a crise financeira do Hospital de Base (HdB) cada vez mais grave, o prefeito propôs que o Governo do Estado passe a injetar, mensalmente, R$ 600 mil no "caixa" da unidade de saúde. Diz que os repasses do SUS ao HdB somam apenas R$ 900 mil/mês (até o início do ano atingia a média mensal de R$ 800 mil). Entretanto, as despesas atingem R$ 1,2 milhão em igual período, gerando déficits sucessivos.

Se o Governo do Estado não entrar no "consórcio" com o município, Fernando ameaça entregar o HdB à Secretaria Estadual de Saúde (Sesab)- apesar de Itabuna estar na Gestão Plena. O governador Paulo Souto responderá à proposta hoje, talvez até no comício de logo mais à noite, no São Caetano. Caso receba a "injeção" de R$ 600 mil mensais, o Hospital ganhará oxigênio para funcionar "a pleno vapor".

Este blog conferiu as contas do prefeito. A partir de uma análise de um ex-secretário da Pasta, Fernando pode estar inflando números. De acordo com esta fonte -que pertenceu aos quadros do alcaide, o Hospital apresenta despesa de 1,2 milhão. Para ele, o município tem, sim, condições de manter a unidade pública, bastando fazer aporte de R$ 400 mil/mês. Acredita a fonte que a idéia de repassar o HdB à Sesab surgiu da cabeça do atual secretário, Jesuíno Oliveira.

Jesuíno atuava na parte contábil da secretaria antes de tornar-se titular da Pasta. Tanto o contabilista quanto o secretário de finanças, Geraldo Pedrassoli, são contra o repasse mensal de R$ 400 mil dos cofres da viúva para o Hospital de Base. Com as contas apertadas, campanha eleitoral e a necessidade de fazer obras com recursos próprios - o que não aconteceu até agora-, a decisão tomada foi criar um "factóide" às vésperas da visita do governador Paulo Souto.

Comentário deste blog: Menos de 20 meses após a posse, o prefeito ameaça jogar a toalha (ou o chapéu, para ser atual e combinar com a propaganda caríssima que roda há mais de mês na tevê e tece loas à gestão do alcaide). Fernando não conseguiu melhorar o atendimento na rede básica e vê o hospital de Base praticamente estrangulado.
Mas na caça aos votos, em 2004, o prefeito cometeu o absurdo de afirmar que, ao tomar posse, mudaria este setor em quatro meses. A promessa: qualquer cidadão seria atendido em quatro minutos, seja no posto de saúde ou no próprio HdB. E não importava o absurdo da promessa. O importante era angariar votos. Hoje falta até papel higiênico!

Faltou compromisso, sobrou demagogia.

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