06 outubro 2006

Nostradamus mora em Itabuna

Passada a refrega eleitoral, há de se lembrar dos que navegaram contra a maré e rebateram versões apresentadas com o falso status de fatos. Em Itabuna, um mago das pesquisas chamado Agenor Gaspareto era, desde muito antes da abertura das urnas, talvez um dos pouquíssimos mortais que tinham a certeza da vitória de Wagner no primeiro turno. Difícil de acreditar, mas é a pura verdade.

Gaspareto encontrou-se por acaso com dois jornalistas, no domingo pela manhã, e sentenciou: Jaques Wagner vence a eleição no primeiro turno. Claro que ninguém acreditou, pois o que apontava a última pesquisa, feita pelo Ibope, era no máximo a possibilidade da disputa ser levada ao segundo turno.

Não foi a primeira vez que o dono da Sócio Estatística previu que ia dar praia quando a meteorologia indicava tempestade. Em 1992, Gaspareto também foi o primeiro a dizer que a "zebra" Geraldo Simões venceria, quando todos esperavam vitória de José Oduque (aquele que prometeu trazer o mar para Itabuna) ou Ubaldo Dantas. E olha que o petista começou aquela campanha com míseros 2% e terminou consagrado pelas urnas.

Mais uma vez, o Nostradamus grapiúna acertou de forma impressionante. Uma das falhas que ele teria observado nas pesquisas foi o fato de ter deixado de fora regiões e/ou importantes municípios baianos - que exercem grande peso numa eleição. Imagina só deixar de fora de uma pesquisa municípios como Itabuna, Vitória da Conquista ou alguma cidade do Extremo-Sul? Deu no que deu!

Ademais, todos sabem das ligações do Ibope e do Instituto Campus com o grupo que governa a Bahia até o dia 31 de dezembro. Não queremos aqui dizer que os institutos agiram de má-fé. Claro que não! Entretanto, não é a primeira vez que as pesquisas erraram em nosso estado. Interessante é constatar que quando erram, erram sempre a favor do contratatante. Como diria o ex-presidente FFHH, Assim não pode, assim não dá!

Mas voltemos ao resultado das urnas e a sua antecipação por Gasparetto. O dono da Sócio-Estatística identificou que municípios importantes não faziam parte do levantamento do Ibope e do Campus. Sabia também, pelos trabalhos feitos em diversas regiões do Estado, que os números do Ibope no sábado, quando assinalou 51% para Paulo Souto e 41% para Wagner, não batiam com a realidade.

Bastou a boca-de-urna do Ibope ser "aberta" para ficar ainda mais evidente que Gasparetto acertara em sua previsão. Feita no dia da eleição (como o próprio nome já diz) esse último levantamento do Ibope mostrava Wagner na frente, com 49%, e Souto, com 43%. Agora, esperamos a chance de brindar o nobre leitor com o artigo do sociólogo explicando o que achou dessas eleições e - claro! - dos erros dos institutos. O espaço já está aberto.

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