Tucano, Jutahy diz que vitória de Wagner o alegrou
Do Valor Econômico
O PSDB baiano tenta aproximar o candidato do partido à Presidência, Geraldo Alckmin, do governador eleito do Estado, Jaques Wagner (PT). Ainda que uma aliança seja inviável, já que Wagner é agora um dos coordenadores da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno, os tucanos da Bahia deram ontem sinais de que, ao menos, buscam dissipar a idéia de que a vitória de Alckmin seria desastrosa para o governo de Wagner.
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados e presidente do partido na Bahia, Jutahy Magalhães, declarou, diante de Alckmin, que votou em Jaques Wagner e se disse "muito feliz" com a vitória do petista. Em seguida, pediu ao candidato que ganhe a disputa nacional e, se eleito, que atenda "de forma decisiva todos os pleitos" do futuro governador.
"Vamos ajudar da mesma maneira que ajudamos o João Henrique (Carneiro, prefeito pedetista de Salvador, que tem o PSDB em sua base de sustentação)", disse o deputado. "Se aqui na Bahia passar a idéia de que sua vitória é a tábua de salvação do carlismo, sua derrota será imensa".
"A moeda de troca de ACM (pela derrota) não será pelo Paulo Souto ou pelo PFL, e sim impedir um bom governo de Jaques Wagner. Sei que a figura ética de Alckmin não atenderá a isso", afirmou Jutahy. Depois, Alckmin contemporizou. "Eu sou parceiro do governado eleito, parceiro dos prefeitos baianos e, acima de tudo, parceiro de todo o povo baiano".
As declarações foram feitas no encontro da cúpula do PSDB da Bahia, agendado de última hora. A poucos quilômetros dali, todo o comando do PFL do Estado aguardava Alckmin para um encontro que foi realizado sem a participação da imprensa. "O Lula perseguiu o (governador) Paulo Souto. Ele teve aqui uma votação consagradora em 2002 e não devolveu essa confiança ao povo", disse o tucano.
Em parte, o afago do PSDB baiano em Wagner é explicado pela tentativa de Alckmin de reverter o resultado do primeiro turno. No Estado, um dos principais colégios eleitorais do país, Lula o derrotou por 66,7% a 25,7% dos votos válidos. Deve-se também a uma disputa regional: os tucanos baianos são adversários declarados do grupo pefelista liderado pelo senador Antonio Carlos Magalhães. "Seria estranho se eu votasse em Paulo Souto. Eu não voto no carlismo desde 1986", afirmou Jutahy.
Alckmin negou-se a falar sobre o polêmico apoio do casal Anthony e Rosinha Garotinho à sua candidatura. Sobre o debate na TV Bandeirantes no próximo domingo, afirmou que Lula "fugiu de todos os debates e agora só vai participar porque vai perder a eleição e está com medo". Em seguida, reafirmou o "compromisso" de governar "com a Bahia, pela Bahia e para a Bahia".
Com disputas eleitorais à parte, o governador Paulo Souto recebeu ontem, pela primeira vez, Jaques Wagner para acertar o processo de transição. Ambos trataram da formação de uma equipe para chefiar o processo e de matérias que vão entrar em votação na Assembléia Legislativa, como o orçamento para o próximo ano. No dia seguinte ao de sua vitória, Wagner afirmou que a transição só seria atrapalhada se Souto "se deixasse influenciar por outros pessoas", em clara alusão a ACM.
Um comentário:
São espertíssimos os tucanos. Essa história da carochinha de dizer que Alckmin e Wagner serão unha e carne não passa de estratégia para atrair para o tucano os baianos que pretendem votar em Lula para ter no Planalto um correligionário do governador. Isso não existe, companheiros. É armação pura!!
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