Não se apaga a história
Gérson Menezes | publixcriativo@hotmail.com
Somos efetivamente um povo sem memória - disso sabemos sobejamente. Mas, vejo como inconcebível que, em pleno século XXI e em plena era das comunicações, se queira simplesmente permanecer no erro e, bem pior, tentar apagar a história.
Discordo frontalmente, talvez fazendo parte de uma minoria, dos que dizem que a Ceplac já não é mais necessária. Isto me parece uma incongruência histórica. Como pode uma história escrita em 50 anos de trabalho, ser simplesmente apagada?
Que mania será essa que a nossa região possui, que nos leva a destruir instituições e até pessoas, para mais adiante criar outras com os mesmos objetivos, quando poderíamos mais facilmente corrigir os rumos?
Que prazer maquiavélico será esse que nos deixa cegos diante da história? Foram atos impensados como este que fizeram desaparecer o Instituto de Cacau da Bahia e a Sulba, e a deixar moribundo o Porto do Malhado.
Nestes 50 anos, são incontáveis e inegáveis os benefícios trazidos à nossa região pela Ceplac. Vá lá que a curta memória faça com que alguns até não se lembrem bem deles: estradas vicinais, pontes, escolas de formação técnica, escolas primárias, a FESPI (atual UESC), combate à podridão parda, apoio ao desenvolvimento pecuário, pesquisa do biodiesel, criação de camarões em cativeiro e etc, etc.
Nestes 50 anos, a Ceplac escreveu grande parte do desenvolvimento regional que agora querem negar. Nunca fui funcionário da Ceplac e nunca dela recebi benesses (salvo a oportunidade de fazer um curso superior).
Os que pregam o fim da Ceplac, o último patrimônio que nos resta construído com a nossa própria riqueza, são os mesmos que foram por ela beneficiados. São quase sempre os mesmos que exultam com a perda do prédio sede do CNPC. São os mesmos que, incapazes de proporem mudanças naquilo que acham estar desvirtuado, preferem simplesmente queimá-lo em fogueiras em praças públicas, mesmo que saibam, de antemão, que nem das cinzas que sobrarem irão se beneficiar.
Mesmo a contragosto reconhecendo que somos desprovidos de memória histórica, me nego a aceitar a hipocrisia histórica. Por erro da própria Ceplac, a nova geração da nossa região não a conhece. Mal sabe que naquelas instalações, a margem da BR-415, pulsou, por 50 anos, o próprio coração da região cacaueira da Bahia, e, que hoje, mesmo estando “atrofiado”, ainda poderá bombear sangue novo nas veias da economia regional. Basta que para isso, seja injetado, no seu corpo, novas idéias.
Apaguem a história. Destruam a Ceplac. Só não conseguirão se eximir da culpa por mais este ato insano contra a nossa região.
Gerson Menezes é publicitário
3 comentários:
Zorra, velho Gérson, você botou pocando... Sabe, acredito que a sociedade regionl seja um tanto psico maniaco depressiva, ou ciclotímica. Só isso explica o artigo Requiém publicado no Agora de quinta-feira, 28. Em caso afirmativo, só buscando ajuda médica. E logo!
Muito bem, seu Gérson. Vamos remover os parasitas desta região. Inclusive aqueles que teimam em habitar na Ceplac
Competente artigo!
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