Onde está o dinheiro, Flávio Simões?
FICC: 31 mil reais jogados no lixo
Antônio Naud*
"Há muitas coisas desagradáveis que estamos fadados a engolir com um sorriso no rosto. Por exemplo, uma colega jornalista, que me trata educadamente, pelas costas me chama de “aquela coisa”.
Como reagi? Com compaixão. Essas criaturas falsas, escravas da solidão e da amargura, não merecem nada melhor ou pior. Mas nem sempre devemos agir assim. Algumas vezes é preciso deixar a indignação no comando emocional, colocando de lado as maneiras cordiais e agradáveis.
Foi o que fiz quando tentaram me apresentar ao alcaide de Itapé, Pedro Jackson Brandão. Simplesmente não o enxerguei, desviando o olhar nauseado. Ele não tem nenhuma das qualidades necessárias a um político correto – nem generosidade, nem humildade, nem honestidade, nem boa educação. Porém, ao anunciar a sua mercadoria na imprensa, disfarça a incapacidade de governar, vivendo ilusoriamente dos seus próprios elogios. Na época em que foi presidente da Amurc jamais esqueceu de mensalmente beneficiar 18 jornalistas, que recebiam 300 reais, outros 500 etc.
Usando o poder da Prefeitura Municipal de Itabuna, a Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania – Ficc - utiliza o mesmo truque, divulgando na mídia pechinchas desestimulantes como se fossem da melhor qualidade. Ela recebe 31 mil reais mensais para nada. Sem contar as verbas para projetos tapa buracos, como o amador Festival Multiarte Firmino Rocha.
Em setembro de 2006, ao conversar com Flávio Simões, diretor da Ficc, soube que ele havia acabado de receber 45 mil reais para publicação da obra completa de Firmino Rocha. “Mas o poeta só escreveu dois livros, e curtos. Para que tanto dinheiro?”, argumentei. Engasgado, ele mudou de assunto. Os livros até hoje não foram publicados.
A gestão de Flávio Simões vem arruinando todas as potencialidades do órgão cultural, provocando a insatisfação da classe artística. O cachê dos atores que participaram da montagem de “A Paixão de Cristo”, no final do ano passado, foi cortado pela metade. Acuados, ninguém abriu a boca.
Esta semana, o produtor Ari Rodrigues escreveu uma carta à sociedade grapiúna denunciando a falta de compromissos do diretor da Ficc. Ele havia prometido 5 mil reais para a apresentação da peça “Transe” em Porto Alegre.
Depois de tudo acertado, agendado e divulgado, recuou, disponibilizando apenas 1 mil reais. Alegou que o prefeito Fernando Gomes cortou 50% da verba mensal do órgão cultural. Como assim? E o astuto pode ser violado? Alguém está com treta."
* Colunista do Diário do Sul
Clique aqui para ler a coluna de Antônio Júnior, na íntegra.
3 comentários:
Espantoso!... Mais 31 mil reais mensalmente e literalmente jogados no lixo...
Agora, cá pra nós, no governo anterior a verba era de 50 mil reais (valores mensais transferidos pela prefeitura durante a gestão de Ritinha Dantas).
Perguntar ofende? Então, vamos lá: Qual o projeto, a ação ou o fato desenvolvido pela FICC, desde sua criação, direcionado para a valorização do artista e da cultura grapiúna?
OBS.: A Bienal do Agora e o Troféu Jupará não valem.
O Troféu Jupará nunca - repetindo - nunca recebeu um centavo da FICC, nem das prefeituras de Itabuna e Ilhéus, nem do estado, apesar de sua importância na valorização do artista grapiuna em seus 14 anos de atividade. Uma correção: a verba mensal da FICC na época de Ritinha era de R$ 39 mil (e basta consultar o orçamento da época). Se fez muita coisa, mas menos do que se poderia. Hoje é de R$ 1 milhão segundo o orçamento municipal. E não se fez, em três anos, absolutamente nada.
Propositadamente, em meu comentário primeiro, fiz lembrar dois eventos culturais importantes de Itabuna. Desconheço algo próximo realizado pela FICC e "se fez muita coisa" nas palavras de Marcel Leal quando se referia ao governo de Geraldo Simões é, no mínimo, muito vago.
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